A distribuição dos medicamentos nos postos de saúde em Fortaleza deve ser normalizada até o fim do mês de abril, é isso que afirma o prefeito Evandro Leitão, em entrevista no início da tarde desta sexta-feira (4) na entrega da reforma da Unidade de Atenção Primária à Saúde (UAPS) Abel Pinto, no bairro Demócrito Rocha, em Fortaleza. De acordo com o prefeito, Fortaleza tem neste momento cerca de 84% dos medicamentos em estoque, ou seja 116 remédios distribuídos obrigatoriamente pelo município.
“Nós fizemos um cronograma, dos remédios que eram para estar sendo colocados nos posto de saúde, tínhamos recebido com menos de 40% (da outra gestão), hoje nós temos 84% dos 137 remédios que são ofertados nos postos de saúde para a população, estão faltando apenas 20 remédios para que cheguemos nos 137. A nossa previsão é que até o dia 30 de abril estejamos com todos os remédios nos postos de saúde”.
Leitão explica que o problema de falta dos medicamentos é um problema herdado da gestão passada, ainda com José Sarto à frente da prefeitura. “Nós recebemos uma prefeitura completamente acabada, com requintes de crueldade. Onde se tem aberto R$1 bilhão somente com empréstimos que foram feitos para pagar neste ano de 2025. Mais R$1 bilhão para os fornecedores, e é aí que está um dos maiores problemas da saúde de Fortaleza. Por essa inadimplência com fornecedores, que desde agosto do ano passado não recebia pagamento, a prefeitura não tinha condições de adquiri-los”.
O jornal O Estado esteve na cerimônia de inauguração e por lá escutou dois relatos de moradores das proximidades que afirmam que realizam o recebimento de medicamentos no local, mas que já estão sem receber há pelo menos quatro meses. Uma das entrevistadas, Clébia Lacerda (75), pensionista, que foi ao posto de saúde na manhã desta sexta-feira (4) buscar remédio, afirma que foi informada pela farmácia da UAPS Abel Pinto que não tinha o seu remédio disponível no momento.
“Eu vim procurar remédio e não tem o meu remédio neste posto, mesmo no dia da inauguração. Vim pegar cálcio e me informaram que só tinha dipirona. Desde novembro de 2024 eu venho procurar e me dizem que está faltando o remédio que eu venho procurar. Aí eu tenho que ir comprar em alguma farmácia que tenha, gastar meu dinheiro que já é pouco, para comprar remédio”.
Na mesma ocasião, estava presente também a titular da Secretaria Municipal de Saúde de Fortaleza (SMS), Socorro Martins, a reportagem questionou sobre o caso de Clébia, e sobre a data que os remédios de fato estarão disponibilizados para a população nos postos de saúde de Fortaleza, a secretária reforçou o cronograma sinalizado por Evandro Leitão.
“Nós temos o mês de abril para concluir toda essa demanda de necessidade da atenção primária. O que é mais importante ser colocado aqui é que a demanda dos medicamentos mais importantes, não estou aqui desprezando os outros, mas a questão dos diabéticos e hipertensos, estão regularizados em quase 100%, estão faltando só dois medicamentos que devem está chegando nesta sexta-feira à tarde ou segunda-feira (7). Nós chegamos e estamos com uma dívida muito alta ainda, isso nós assumimos. Temos um ônus da gestão passada”.
Socorro afirma ainda que a disputa com os fornecedores para compra dos medicamentos é afetada pela herança de contas que a gestão Sarto deixou para a saúde de Fortaleza, de acordo com a gestão atual. “A questão dos medicamentos, você imagina a gente concorrer com capitais de outros estados que fazem o pagamento das indústrias à vista. Aí quando nós fomos comprar a indústria estava mostrando que tinha quatro meses de atraso”.
A titular da pasta afirma ainda que a gestão atual também tem realizado os pagamentos que ficaram pendentes da última gestão e informa que “com certeza” as pessoas podem procurar os postos de saúde para recebimento dos remédios até o próximo mês.
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