Entenda o cálculo utilizado por Trump para definir novas tarifas

O governo de Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (2) tarifas “recíprocas” para equilibrar a balança comercial no país.

Durante a coletiva de divulgação, Trump apareceu com um cartaz que mostrava as tarifa definida para cada país. No entanto, o cálculo por trás da medida (na imagem abaixo) tem causado muita incerteza no mercado.

Apesar de chamar a nova taxação de “tarifas recíprocas”, a fórmula divulgada pela Casa Branca mostra que a nova cobrança é baseada na balança comercial dos EUA, não em impostos já aplicados pelas outras nações.

  • 📩 Os bastidores do mercado direto no seu e-mail! Assine grátis e receba análises que fazem a diferença no seu bolso.

Para facilitar o entendimento, é importante entender o que cada símbolo significa:

  • Xi: representa o total de exportações;
  • Mi: representa o total de importações;
  • φ: quanto as tarifas afetam os preços pagos pelos consumidores;
  • ε: quanto as importações reagem a mudanças no preço dos produtos estrangeiros;
  • ∆Ti: tarifa que deve ser imposta.

Partindo para a prática, a conta fica mais fácil. O governo americano definiu em comunicado oficial os dois valores “elásticos”: φ equivale a 0,25, enquanto ε vale 4. Ou seja, quando os multiplicamos na equação, eles se anulam — o resultado é 1.

Dessa forma, temos a balança comercial dividida pelo valor total de importação. Em relação à China, sua maior rival comercial, os Estados Unidos têm um déficit de US$ 295 bilhões. Já o total de importações que vem do país asiático somam US$ 438 bilhões.

Fazendo a divisão, o resultado é de aproximadamente de 0,68, valor que é dividido por dois, considerando que as tarifas são “recíprocas”. No final, buscando a redução do déficit comercial, Trump impôs uma tarifa de 0,34% contra a China.

  • 📩 Os bastidores do mercado direto no seu e-mail! Assine grátis e receba análises que fazem a diferença no seu bolso.

Países com balança comercial equilibrada ou com os quais os Estados Unidos possuem superávit também foram afetados pela definição de uma taxa mínima de 10%. Brasil e Reino Unido são dois dos sete se enquadram nesta categoria.

México e Canadá, dois dos países que mais eram ameaçados pelo “tarifaço”, não foram incluídos na lista. A expectativa é que ambos negociem com o presidente americano para entrar em um acordo sobre as tarifas. A Rússia também ficou fora.

O post Entenda o cálculo utilizado por Trump para definir novas tarifas apareceu primeiro em Monitor do Mercado.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.