Escritora, Heloisa Teixeira morre aos 85 anos no Rio de Janeiro

Na manhã desta sexta-feira (28), o Brasil perdeu uma de suas mais brilhantes intelectuais, a escritora e pensadora feminista Heloisa Teixeira que faleceu aos 85 anos, no Rio de Janeiro, devido a complicações de uma pneumonia e insuficiência respiratória aguda. Internada na Casa de Saúde São Vicente, na Gávea, Heloisa deixa um legado inestimável para a cultura e a literatura brasileira.

Heloisa ocupava a cadeira número 30 da Academia Brasileira de Letras (ABL), posição que assumiu em 2023. Reconhecida como uma das principais vozes do feminismo no Brasil, ela foi a décima mulher a integrar a ABL, destacando-se por sua luta por maior representatividade de gênero na instituição.

Em publicação no Instagram, a academia lamentou ter que informar a morte da escritora 

“Nossa querida Helô foi imensa – e deixa um legado incontestável de pensamento crítico, generosidade e compromisso com uma cultura mais justa, plural e inclusiva. Eleita em 2023 para a cadeira 30 da Academia Brasileira de Letras, sucedendo a escritora Nélida Piñon, Heloisa trouxe à ABL não apenas sua brilhante sagacidade intelectual, mas também um espírito de acolhimento e fraternidade que marcou profundamente todos com quem conviveu.”

Nascida em Ribeirão Preto, São Paulo, em 1939, Heloisa mudou-se para o Rio de Janeiro ainda criança. Formada em Letras Clássicas pela PUC-Rio, com mestrado e doutorado em Literatura Brasileira pela UFRJ e pós-doutorado em Sociologia da Cultura pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, sua trajetória acadêmica foi marcada por uma dedicação incansável à cultura e ao desenvolvimento social.

Entre suas obras mais notáveis está “26 Poetas Hoje” (1976), uma coletânea que revelou poetas marginais e marcou um divisor de águas na poesia brasileira. Além disso, Heloisa foi diretora do Museu da Imagem e do Som (MIS-RJ) e coordenadora de projetos como o “Universidade das Quebradas”, que promovia o diálogo entre a academia e as culturas periféricas.

Nos últimos anos, Heloisa também se dedicou ao impacto das novas tecnologias na produção cultural, consolidando-se como uma referência em temas como cultura digital, relações de gênero e culturas marginalizadas.

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