O Resultado 4T24 da Viveo apresentou crescimento tímido na receita líquida, que somou R$ 2,93 bilhões, alta de 1,1% em relação ao mesmo período de 2023. No consolidado do ano, a companhia alcançou R$ 11,58 bilhões em receita, o que representa um avanço de 4,5%. No entanto, o crescimento não foi suficiente para compensar a deterioração das margens e os desafios operacionais enfrentados pela empresa ao longo de 2024.
Apesar do aumento de receita, o lucro bruto ajustado recuou 8,2% no trimestre, atingindo R$ 386,4 milhões. A margem bruta caiu para 13,2%, ante 14,5% no mesmo período do ano anterior. A Viveo atribui essa retração ao impacto do mix de vendas e à pressão de preços em segmentos como fármacos e contratos com o governo.
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Prejuízo impacta Resultado 4T24 da Viveo
O destaque negativo do Resultado 4T24 da Viveo foi o prejuízo líquido ajustado de R$ 50,2 milhões no trimestre. No consolidado de 2024, o prejuízo somou R$ 90,4 milhões, revertendo o lucro de R$ 253,1 milhões registrado em 2023. A empresa atribui o desempenho fraco à combinação de custos elevados, aumento das despesas operacionais e eventos não recorrentes relacionados à integração de aquisições passadas.
O EBITDA ajustado caiu 19% no trimestre, totalizando R$ 164,1 milhões, com margem de 5,6%. Na base anual, o EBITDA foi de R$ 652 milhões, retração de quase 30%. A alavancagem medida pela relação entre dívida líquida e EBITDA ajustado chegou a 4,28x, um patamar que exige atenção.
Ações de reestruturação ganham força
Em resposta aos resultados fracos, a Viveo iniciou um plano robusto de reestruturação e otimização operacional. A empresa iniciou em 2024 o projeto “Um por Todos, Todos pelo Cliente”, voltado para estabilizar as operações, elevar o nível de serviço e recuperar rentabilidade.
Entre as medidas adotadas estão a padronização dos sistemas nos centros de distribuição, investimentos de R$ 20 milhões em logística própria e a inauguração de uma nova fábrica de lenços em Blumenau. Além disso, a empresa priorizou a revisão de contratos e a centralização das decisões em busca de maior eficiência administrativa.
Integrações pesaram no Resultado 4T24 da Viveo
O Resultado 4T24 da Viveo foi fortemente impactado pelas integrações das mais de 25 aquisições realizadas nos últimos anos. A companhia identificou problemas de conciliação de ativos, impostos a recuperar e outras inconsistências contábeis. Isso levou à contabilização de eventos não recorrentes que somaram mais de R$ 1 bilhão ao longo do ano.
O impacto da integração também se refletiu no canal de serviços, que registrou queda de 19,3% na receita do trimestre. A descontinuação da controlada Far.me contribuiu com uma retração adicional de R$ 5,7 milhões.
Foco em geração de caixa e redução de dívidas
Apesar do desempenho operacional fraco, o Resultado 4T24 da Viveo mostrou sinais positivos no fluxo de caixa. A companhia gerou R$ 206 milhões de caixa livre no ano, revertendo o consumo de R$ 892 milhões em 2023. A melhora veio da redução de estoques, maior controle sobre recebíveis e queda nos investimentos em Capex.
Além disso, a Viveo renegociou covenants com credores e projeta desalavancagem progressiva ao longo de 2025. A dívida bruta soma R$ 3,87 bilhões, com prazo médio de 3,5 anos e 89% no longo prazo. O custo médio da dívida ficou em CDI +1,56%.
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Perspectivas para 2025: rentabilidade no foco
Para 2025, a estratégia da Viveo será voltada para geração de valor, priorizando contratos rentáveis e descontinuando linhas de menor retorno. A meta é reduzir despesas fixas, melhorar a conversão de EBITDA em caixa e manter o foco na eficiência operacional.
A empresa também pretende avançar na profissionalização da governança, após ter adicionado novos conselheiros independentes e criado um Comitê de Estratégia. O foco será reforçar a disciplina financeira e reconquistar a confiança do mercado após um ano desafiador.
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