A Bolsa de Valores brasileira (B3) assinou Memorandos de Entendimento (MoUs) com as Bolsas de Xangai (Shanghai Stock Exchange – SSE) e Shenzhen (Shenzhen Stock Exchange – SZSE), na China, para viabilizar a conectividade de fundos de índice (ETFs) entre os dois países.
O acordo faz parte do programa ETF Connect, que busca ampliar as opções de investimento e fortalecer a relação entre os mercados de capitais do Brasil e da China.
A China já possui 18 ETFs lançados em iniciativas semelhantes de integração de ETFs com mercados como Japão, Singapura e Hong Kong. O Brasil se torna o primeiro país fora da Ásia a firmar esse tipo de parceria, o que destaca a importância do mercado brasileiro no cenário global.
Nesta sexta-feira, às 14h (horário de Brasília), as ações da B3 (B3SA3) recuam 2,10%, negociadas a R$ 12,13.
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ETF Connect permitirá listagens mútuas
O ETF Connect permitirá que ETFs baseados em índices chineses sejam listados na B3, ao mesmo tempo em que ETFs que seguem o Ibovespa poderão ser negociados na China.
Essa interligação oferece novas oportunidades para investidores de ambos os países diversificarem suas carteiras e acessarem mercados estrangeiros com maior facilidade.
A iniciativa ocorre após um memorando assinado entre a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China (CSRC) em 2023.
Além disso, a cooperação entre Brasil e China no setor financeiro foi reforçada por uma Declaração Conjunta assinada pelos presidentes dos dois países em novembro de 2024. Com essa iniciativa, a B3, a SSE e a SZSE aprofundam uma relação de longa data entre as bolsas.
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Impacto do acordo para investidores da B3
Com essa parceria, investidores brasileiros terão acesso a ETFs chineses, ampliando as opções de diversificação. Isso é relevante porque os ETFs são fundos negociados na bolsa que acompanham o desempenho de índices de mercado, permitindo exposição a diferentes setores e geografias com um único ativo.
Empresas gestoras de ativos do Brasil e da China estão em negociações para a criação desses produtos financeiros. No momento, Bradesco Asset Management e Itaú Asset Management estão alinhando detalhes com contrapartes chinesas para participar do ETF Connect.
Segundo Ricardo Eleuterio, Diretor da Bradesco Asset Management, o acordo chega em um momento oportuno para viabilizar o projeto e criar oportunidades de longo prazo.
Já Carlos Augusto Salamonde, head de Global Investment Management do Itaú Unibanco, destacou que a iniciativa se alinha à estratégia de expansão internacional da instituição.
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Relevância da parceria para o mercado
O CEO da B3, Gilson Finkelsztain, afirmou que essa iniciativa fortalece a posição da Bolsa brasileira como um elo entre a América Latina e a Ásia. O executivo destacou que o projeto oferece novas alternativas de diversificação internacional para investidores institucionais e pessoas físicas.
“Por meio desses acordos pioneiros, a B3 ajuda a fortalecer as relações econômicas entre nosso país e a China e reforça a atuação da Bolsa do Brasil como uma ponte entre a América Latina e o continente asiático, ao oferecer alternativas de diversificação internacional para investidores institucionais e pessoas físicas”, disse Finkelsztain.
Esse acordo entre o Brasil e o mercado chinês deve abrir portas para a expansão global. No início de março, a B3 também anunciou parceria com a SGX Group (Singapore Exchange), de Singapura para negociar contratos futuros de Real, permitindo o gerenciamento dos riscos do Real 24 horas por dia.
O acordo, no entanto, segue pendente de aprovação dos reguladores locais, com expectativa de que seja disponibilizado ainda este ano.
O post B3 firma parceria com bolsas da China para listagem mútua de ETFs apareceu primeiro em Monitor do Mercado.