Presidente do União Brasil no Ceará e membro da Executiva Nacional da legenda, Capitão Wagner apontou que há uma “tendência muito forte” de que a federação entre União Brasil e Progressistas (PP) se torne realidade. As duas legendas discutem a nível nacional uma possível união, que já está em negociações bem avançadas.
Na semana passada, o PP aprovou a formação da federação. Agora, cabe ao União Brasil discutir se também vai dar o aval para o avanço das tratativas. Segundo Wagner, que esteve em Brasília nos últimos dias participando das negociações, a legenda vem dialogando com presidentes estaduais, deputados federais, senadores, governadores e demais membros. Ele afirmou que já há uma maioria na sigla para aprovar a formação de federação.
“O que a gente viu lá (em Brasília) é que há uma tendência muito forte de se concretizar (a federação). No caso do União Brasil, para ser aprovado, precisa ser feita uma convenção. Estão discutindo a data. Logicamente, tem que ter a aprovação da maioria para se confirmar. O que eu vejo hoje é que tem votos suficientes para confirmar a federação”, disse Capitão Wagner em entrevista para O Estado.
Ele também revelou que já há uma ‘pré-definição’ sobre o comando dos diretórios estaduais da federação, após de oficializada. “Está pré-definido que o União deve ficar com nove estados, inclusive o Ceará. O PP fica com nove, os outros vão ser decididos posteriormente”. No Ceará, o comando deve ficar com o grupo atualmente no União Brasil, mas o responsável pela presidência estadual da federação ainda seria analisado internamente em um momento seguinte.
Sobre o alinhamento dessa nova federação partidária no Ceará, Wagner sinalizou que seria de oposição ao Governo do Estado, comandado pelo PT. Apesar disso, alguns membros do União Brasil no estado são aliados do governo, como é o caso do prefeito de Maracanaú, Roberto Pessoa, e parlamentares do seu grupo político. Já o PP, atualmente, faz parte da base governista.
“O PP aprovou nacionalmente a criação da federação, deu autonomia para que as coisas pudessem acontecer. E a formalização dessa federação tem consequências. Uma das consequências é que aqui no Ceará ficará sob o nosso comando e a gente, majoritariamente, entende que a gente vai ficar na oposição. Isso vai ser discutido da melhor forma possível. A gente não quer ‘atropelar’ ninguém, nem quer obrigar ninguém a tomar nenhuma posição, mas a tendência é de que a federação fique na oposição no Ceará”, declarou o Capitão.
Questionado sobre uma possível ‘debandada’ dos filiados do PP, Wagner afirmou que tem mantido diálogo com o atual presidente estadual do PP, o deputado federal AJ Albuquerque. Segundo o Capitão, AJ afirmou que vai ficar na federação. Em fevereiro, o deputado estadual Leonardo Pinheiro anunciou saída do PP e filiação ao PT, confirmando que a possível federação União-PP foi um dos motivos que contribuíram para sua decisão, ao mesmo tempo que ele prefere seguir como aliado do Governo do Estado.
Se confirmada, a federação União Brasil-PP será o maior grupo político da Câmara dos Deputados, com 109 parlamentares, ultrapassando o PL, atual maior bancada. No Senado, as bancadas do PP e do União totalizam 13 senadores. Wagner avalia que a nova federação ajuda a fortalecer uma candidatura majoritária de centro-direita tanto a nível nacional, para disputar a Presidência da República, como a nível estadual, na disputa pelo Governo do Estado.
(Por Igor Magalhães)
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