
A Polícia Civil de Goiás deflagrou, nesta quinta-feira (20), a Operação Beleza Sem BO, para prender duas mulheres responsáveis por procedimentos estéticos ilegais, que resultaram em lesões corporais graves em seus pacientes. A ação cumpriu dois mandados de prisão preventiva em Goiânia e em Aparecida de Goiânia, cidades onde estão localizadas as clínicas de estética das suspeitas.
Quem são as suspeitas
Uma das mulheres foi identificada como Maria Silvânia, que foi presa preventivamente durante a ação. Ela é proprietária da clínica Lunar Espaço de Estética Corporal, em Aparecida de Goiânia, e é investigada por um caso em que uma cliente foi internada na UTI e entubada após a aplicação de uma substância injetável.
A outra suspeita, identificada como Luana Nadejda Jaime, acumula quatro denúncias de lesão corporal formalizadas. Ela, que é proprietária da Clínica Estética Luana Jaime, em Goiânia, está foragida e é procurada pela Interpol.
A Polícia Civil divulgou as imagens e nomes das suspeitas com autorização legal, com o objetivo de auxiliar na identificação de novas vítimas e na obtenção de mais provas. “Na data de ontem (19), a Polícia Civil deflagrou a operação ‘Beleza sem BO’. Para dar cumprimento de dois mandados de prisão preventiva de duas mulheres donas de clínicas de estéticas, uma em Goiânia e outra em Aparecida de Goiânia. O motivo da investigação foi o fato de pacientes reclamando de deformidades após a realização de procedimentos com as investigadas. Um dos pacientes fez um preenchimento da região intima e perdeu a funcionalidade do membro genital. Durante a investigações, ao longo do ano de 2024, identificamos também que os diplomas de enfermagens apresentados por essas investigadas, são na verdade, documentos falços e elas não poderiam ter obtido o registro junto ao conselho profissional. As prisões foram decretadas, uma delas foram cumpridas ontem e a outra segue foragida, inclusive, com um mandado de prisão na divisão vermelha na Interpool”, explicou Débora Melo, delegada adjunta da Decon, em resposta ao portal iG.
Registros cancelados e clínicas interditadas
Mesmo após terem os registros no Conselho Regional de Enfermagem cancelados, as investigadas continuaram a oferecer procedimentos estéticos nas redes sociais. Em 2024, suas clínicas foram interditadas após uma fiscalização realizada pela Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) e pela Vigilância Sanitária.
Entre os casos mais graves, um homem que realizou um preenchimento íntimo peniano com as investigadas alega ter perdido a funcionalidade do membro após o procedimento. Ele foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para a realização de um laudo pericial.