As ações da JBS (JBSS3) tiveram grande destaque na Bolsa de Valores (B3) essa semana, com uma valorização de 24,58% entre segunda-feira (17) e quinta-feira (20), com o otimismo do mercado com a possibilidade de a companhia ser listada na Bolsa de Nova York (NYSE), segundo levantamento da consultoria Elos Ayta.
Nesta sexta-feira (21), os papéis ampliaram o patamar de alta, subindo 2,55%, aos R$ 41,84 e consolidando o valor de mercado da companhia acima dos R$ 90 bilhões, patamar não visto desde dezembro de 2021.
Esse desempenho fez com que a empresa recuperasse o valor de mercado de R$ 90,49 bilhões, patamar não visto desde dezembro de 2021.
Investindo de forma estratégica, seu dinheiro pode render muito mais! Receba um plano de investimentos gratuito, criado sob medida para você. [Acesse agora!]
Frigoríficos dominaram a sessão de quinta-feira
Nesta quinta-feira (20), o setor de frigoríficos teve forte valorização na B3, com destaque para Minerva, JBS e Marfrig, impulsionadas por diversos fatores.
A Minerva (BEEF3) liderou o movimento, e operou em forte alta de quase 9%, chegando a atingir seu maior valor intradia da história ao longo da semana, após a divulgação de um balanço positivo referente aos resultado do 4º trimestre.
No acumulado da semana, a empresa teve um desempenho acima dos 10%.
Já a JBS (JBS3) emendou uma sequência de três sessões consecutivas em alta, superando os R$ 41 e também alcançando sua maior valorização intradia até o momento.
Acompanhando o movimento, as ações da Marfrig (MRFG3) valorizaram 6,57%, acumulando alta de 18% desde segunda-feira (17).
Decisão nas mãos dos acionistas minoritários da JBS
A alta das ações foi impulsionada pelo anúncio de que a BNDESPar, braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), decidiu se abster de votar na Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que discutirá a listagem da JBS nos Estados Unidos.
Com esse acordo, a decisão ficará sob responsabilidade dos acionistas minoritários, o que foi visto pelo mercado como um avanço na concretização da operação.
A chamada dupla listagem permite que uma mesma empresa tenha suas ações negociadas em duas Bolsas de Valores diferentes. No caso, a B3 e a NYSE.
A pesquisa aponta que no caso da JBS, cujo objetivo é ampliar o acesso a investidores internacionais, a listagem na NYSE abriria novos horizontes para a empresa, além de aumentar a liquidez dos papéis e da possível inclusão da companhia em índices como o Russell e, potencialmente, o S&P 500.
- Quer saber onde estão as oportunidades em commodities hoje? Descubra na sala de trade, ao vivo, com Guto Gioielli e time! [Acesse agora]
Recuperação expressiva da JBS no mercado
A análise da Elos Ayta destaca a reviravolta dos papéis da JBS, que passou por uma forte recuperação desde seu menor valor de mercado recente, registrado em maio de 2023, quando caiu para R$ 35,8 bilhões.
Com o crescimento recente, a empresa teve um aumento de R$ 54,69 bilhões em seu valor desde essa mínima.
Outro fator que pode atrair investidores é a proposta da empresa de permitir que detentores de American Depositary Receipts (ADRs) – certificados que representam ações de empresas estrangeiras negociadas em bolsas dos EUA – possam votar na AGE sobre a listagem. Esse movimento fortalece a transparência e amplia a participação de investidores internacionais na decisão.
Caso a proposta seja aprovada, a JBS espera concluir a listagem na NYSE até 31 de dezembro deste ano. O mercado financeiro já precifica essa possibilidade, com a recente valorização das ações indicando que investidores enxergam a operação como um marco estratégico para a companhia.
China restringe frigoríficos dos EUA
Em paralelo ao cenário otimista que se apresenta com a possibilidade de listagem da JBS em Nova York, o mercado global de carne bovina enfrenta mudanças significativas.
A China suspendeu a habilitação de 390 frigoríficos norte-americanos para exportação e, até o momento, não há indicativo de uma nova autorização.
As unidades atingidas pela medida representam 60% das autorizadas a enviar carne bovina para o mercado chinês (654). Restam agora 249, das quais 137 têm habilitação válida até 2029, segundo informações do site da Administração-Geral de Alfândegas (GACC). Para outras 20 unidades, o aval expirará ainda em 2025.
A decisão, que foi interpretada como uma estratégia de pressão no contexto da guerra comercial entre China e Estados Unidos, pode impactar o comércio entre as duas maiores economias do mundo.
Essa mudança pode beneficiar o Brasil, que é o principal fornecedor de carne bovina para o mercado chinês e tem 67 frigoríficos habilitados, dos quais 3 estão suspensos temporariamente por “não-conformidade” detectada em auditoria. O embargo atinge plantas da JBS, Frisa e Bon-Mart.
No entanto, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) reforçou que a China continua como o principal destino das exportações de carne bovina do Brasil, que continuam a beneficiar a economia nacional.
Guerra comercial pode favorecer o Brasil
Segundo Guto Gioielli, especialista do Portal das Commodities, além dos resultados corporativos, a possibilidade de habilitação de mais 44 unidades brasileiras para exportação de carne bovina para a China injeta ainda mais ânimo do setor de frigoríficos.
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou nesta quarta-feira (19) que a China deve habilitar “algumas dezenas” de novos frigoríficos brasileiros este ano, reforçando as exportações nacionais para o país asiático. Segundo ele, uma nova lista com 44 unidades industriais foi enviada para aprovação de Pequim.
Quem tem informação, lucra mais! Receba as melhores oportunidades de investimento direto no seu WhatsApp.
Relação de produção e consumo fortalece o setor
Segundo Gioielli, embora os EUA exportem principalmente carnes nobres, enquanto o Brasil tem uma atuação mais ampla na exportação de cortes para a indústria, a abertura de novos mercados e a consolidação do Brasil nos mercados internacionais representa uma oportunidade relevante de médio prazo para o setor.
“A tendência de fortalecimento do comércio de proteína animal entre países do hemisfério sul como produtores e do hemisfério norte como consumidores também sustenta as perspectivas de crescimento do setor frigorífico brasileiro”, completa.
No momento, a expectativa é que a China amplie o número de frigoríficos brasileiros habilitados a exportar, consolidando a posição do Brasil como principal fornecedor de carne bovina para o mercado chinês fortalecendo empresas como a JBS no cenário global.
O post JBS volta a valer mais de R$ 90 bilhões, com expectativa por listagem em Nova York apareceu primeiro em Monitor do Mercado.