Brava Energia reverte lucro e fecha o 4° trimestre no vermelho

A Brava Energia (BRAV3), empresa resultante da fusão entre a 3R Petroleum e Enauta, teve um prejuízo líquido proforma consolidado de R$ 1,02 bilhão (US$ 176,1 milhões) no quarto trimestre de 2024, abaixo da estimativa do mercado, que esperava um prejuízo de R$ 401 milhões.

Esse resultado reverte o lucro líquido proforma de R$ 474,7 milhões (US$ 95,8 milhões) registrado no mesmo período do ano anterior e também o lucro de R$ 498,3 milhões (US$ 89,9 milhões) observado no terceiro trimestre.

Segundo a empresa, a perda foi influenciada principalmente pela desvalorização cambial no período, um impacto contábil sem efeito no caixa.

Apesar dos resultados abaixo do esperado, as ações BRAV3 seguem em alta de 5,9% nesta sexta-feira (21), negociadas a R$ 19,39.

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Queda na rentabilidade da Brava Energia

O lucro bruto da companhia no 4º trimestre foi de R$ 435,8 milhões (US$ 74,7 milhões), uma redução de 31,3% em relação ao mesmo período de 2023. A maior parte desse montante veio do segmento upstream, que inclui exploração e produção de petróleo e gás natural.

O lucro operacional também registrou queda, totalizando R$ 169,3 milhões (US$ 29 milhões), uma retração de 69,9% na base anual.

O Ebitda ajustado (indicador que mede o desempenho operacional) ficou em R$ 505,2 milhões (US$ 86,6 milhões), 41% abaixo do observado no ano anterior.

Receita é impactada por queda na produção

A receita líquida da Brava Energia no 4º trimestre foi de R$ 1,94 bilhão (US$ 334 milhões), 14,3% menor em relação ao mesmo período de comparação em 2023.

O resultado foi impactado por menores volumes de produção e redução na comercialização de serviços no segmento mid & downstream (refino, transporte e distribuição).

O custo dos produtos vendidos (CPV) no acumulado de 2024 somou R$ 7,32 bilhões (US$ 1,37 bilhão), alta de 47,4% na comparação anual. Esse aumento está relacionado à aquisição do Polo Potiguar, concluída em junho de 2023, e à elevação nos custos de produção.

Produção recua na comparação anual

A produção média diária da companhia no trimestre foi de 39,4 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d), uma queda de 38,2% em relação ao mesmo período no ano anterior e de 23,9% na comparação com o terceiro trimestre.

O segmento onshore registrou produção de 34,1 mil boe/d, enquanto a produção de gás natural cresceu 11,4% na base anual e 8,4% na base trimestral.

A venda de produtos derivados aumentou 206,8% na comparação anual, reflexo do maior uso da refinaria e da comercialização de estoques acumulados.

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Endividamento e perspectivas para a Brava Energia

A Brava Energia encerrou o período até dezembro com uma dívida líquida de R$ 9,63 bilhões. Já a alavancagem (relação entre dívida líquida e Ebitda ajustado) foi de 2,8x, dentro do limite estabelecido pela empresa de 3,5x.

Segundo o presidente da companhia, Décio Oddone, a Brava tem expectativas importantes para 2025, incluindo a previsão de atingir mais de 80 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/d) de produção nos próximos meses, conforme divulgado pela Reuters.

Oddone enfatiza que a empresa já atingiu em fevereiro quase 74 mil barris por dia, em vias de colocar poços novos em Atlanta, voltar com o campo de Manati, além dos poços novos em Papa Terra.

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