
Autoridades norte-americanas alertaram sobre risco de desprendimento de peça da lataria após vídeos nas redes sociais supostamente demonstrarem o problema. Tesla Cybertruck em exibição em showroom da Tesla em Buena Park, na Califórnia, em 3 de dezembro de 2023.
AP/Richard Vogel
Autoridades norte-americanas alertaram e a Tesla convocou, nesta quinta-feira (20), um recall de praticamente todos os Cybertrucks vendidos nos Estados Unidos, em um novo baque para a fabricante de carros elétricos do bilionário Elon Musk.
O recall, emitido pela Administração de Segurança no Tráfego em Rodovias Nacionais (NHTSA, na sigla em inglês), afeta mais de 46 mil veículos.
Segundo o órgão, um painel externo que percorre os lados do para-brisa pode se desprender durante a viagem, colocando em perigo outros motoristas e aumentando o risco de acidentes.
As peças em questão são duas faixas de aço inoxidável afixadas à direita e à esquerda, entre o para-brisa e o teto do carro, com um adesivo que pode se desprender. O risco afeta os carros anos 2024 e 2025, fabricados entre novembro de 2023 e fevereiro de 2025.
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Antes do anúncio da NHTSA, foram divulgados nas redes sociais vídeos em que pessoas arrancam painéis de Cybertrucks com as mãos. O órgão contabiliza 151 queixas de proprietários do carro, mas sem registros de acidentes ou feridos.
A Tesla fará a reposição do painel sem custos. As cartas de notificação começarão a ser enviadas a proprietários de veículos em 19 de maio.
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Novo modelo
Mais novo modelo da Tesla, o Cybertruck começou a ser entregue a compradores no fim de 2023. É a oitava vez, nos últimos 15 meses, que há um recall do modelo.
Em novembro de 2024, a falha dizia respeito a um inversor elétrico que podia reduzir a potência das rodas. Antes disso, em abril, outro recall visou pedais de aceleradores que poderiam travar.
O recall desta quinta-feira é mais um revés para Musk e a Tesla. A montadora está sob críticas desde que Donald Trump voltou à Casa Branca e encarregou o empresário de liderar uma ofensiva para cortar gastos e funcionários do governo americano.
O alinhamento de Musk com a administração do republicano tem sido associado à queda de ações e vendas de carros da companhia. Uma onda de vandalismo contra veículos, estações de recarga e concessionárias da marca tem se alastrado, inclusive na Alemanha, após Musk declarar apoio ao controverso partido de ultradireita Alternativa para Alemanha (AfD).
Mesmo antes da escalada dos ataques à Tesla nos EUA nas últimas semanas, a empresa já enfrentava dificuldades, registrando queda de 42% no valor de suas ações e retração das vendas, em meio a uma concorrência cada vez mais acirrada com montadoras rivais, especialmente da China.
Em meados de março, a montadora enviou carta não assinada a uma agência do governo americano para promoção do comércio exterior em que se queixa da política de tarifas de Trump, alegando que a medida poderia prejudicar a Tesla e torná-la menos competitiva dentro do país e no exterior.