O debate sobre a classificação do bitcoin é ativo de risco ganhou força após declarações de Robert Mitchnick, líder da área de ativos digitais da BlackRock. Em uma recente entrevista ao canal CNBC, o executivo afirmou que a narrativa de que o bitcoin é ativo de risco está incorreta e que a recente queda da criptomoeda “não faz sentido” considerando seus fundamentos.
Bitcoin não deve ser classificado como ativo de risco, diz BlackRock
Segundo Mitchnick, o bitcoin é um ativo global, escasso, descentralizado e sem controle de nenhum governo. No entanto, o mercado cripto tem promovido a ideia de que a criptomoeda se comporta como um ativo de risco, o que, na visão do executivo, prejudica sua imagem e causa um efeito autorrealizável.
“O que nós temos visto recentemente parece ser uma ferida autoimposta e uma profecia autorrealizável de algumas pesquisas e comentários que a indústria faz, reforçando a ideia de que o bitcoin é ativo de risco em alguns momentos”, afirmou o executivo da BlackRock.
Mitchnick destacou que a recente queda no preço do bitcoin, supostamente causada pela piora nas perspectivas da economia dos Estados Unidos, não se justifica. Para ele, se houver uma recessão, a criptomoeda poderia servir como um hedge, semelhante ao ouro, e não deveria cair juntamente com outros ativos de risco.
Bitcoin e a economia dos Estados Unidos
A incerteza econômica nos EUA tem sido apontada como um fator determinante para a volatilidade do bitcoin. Mitchnick comentou sobre as especulações de que uma possível recessão afetaria a criptomoeda negativamente, mas ele vê o cenário de forma diferente. “Não há clareza sobre as tarifas impostas por Donald Trump a outros países e se elas seriam fundamentalmente negativas para o bitcoin. Em relação aos temores sobre a economia, eu não sei se nós teremos ou não uma recessão, mas uma recessão seria um grande catalisador para o bitcoin”, pontuou.
A visão do executivo da BlackRock indica que uma piora macroeconômica nos Estados Unidos poderia impulsionar o bitcoin, em vez de derrubá-lo. Segundo ele, os juros altos nos EUA não afetam apenas as criptomoedas, mas também outros ativos financeiros, como ações. Esse argumento reforça a tese de que a criptomoeda pode ser uma alternativa interessante em momentos de instabilidade.
Impacto da política monetária no preço do bitcoin
Outro fator que tem gerado debates sobre se o bitcoin é ativo de risco é a política monetária dos EUA. A decisão do Federal Reserve (Fed) sobre os juros tem impacto direto na valorização de ativos financeiros. Quando os juros sobem, os investidores tendem a buscar ativos mais seguros, como títulos do governo, reduzindo a demanda por investimentos mais voláteis.
Porém, Mitchnick argumenta que, mesmo com essa dinâmica, o bitcoin tem se comportado de maneira diferenciada. “Mesmo com a queda observada nas últimas semanas, o bitcoin segue cerca de 15% acima do preço registrado no início de novembro, o que indica que mesmo os temores generalizados entre investidores não foram suficientes para reverter essa valorização”, explicou.
Bitcoin como ouro digital
Para muitos analistas, o bitcoin é ativo de risco frequentemente comparado ao ouro devido às suas características de reserva de valor. O executivo da BlackRock reforçou essa ideia, afirmando que a criptomoeda deve ser vista como um ouro digital e não como um ativo de risco tradicional. “Obviamente, 2024 foi bem incrível, bastante histórico. Isso, fundamentalmente, é o que pensamos que o longo prazo vai ser. E é por isso que as pessoas pensam que ele é como um ouro digital”, afirmou Mitchnick.
A visão de que o bitcoin pode atuar como uma reserva de valor alternativa ganha cada vez mais força no mercado, especialmente diante de crises econômicas e políticas. A escassez programada da criptomoeda e sua descentralização são alguns dos fatores que sustentam essa tese.
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Perspectivas para o futuro do bitcoin
A longo prazo, muitos especialistas acreditam que o bitcoin é ativo de risco continuará sua trajetória de valorização, consolidando-se como um ativo seguro para proteção contra a inflação e crises financeiras. A adoção institucional tem sido um dos fatores determinantes para esse movimento. Empresas como a BlackRock, que antes eram céticas quanto às criptomoedas, agora integram produtos financeiros baseados em bitcoin em seus portfólios.
Além disso, eventos como o halving, que reduz a emissão de novos bitcoins a cada quatro anos, tendem a criar escassez e pressionar os preços para cima. Caso essa tendência se mantenha, a tese de que o bitcoin pode substituir o ouro como reserva de valor se fortalecerá ainda mais.
Bitcoin é ativo de risco?
As declarações do executivo da BlackRock trazem um novo olhar sobre a relação entre o bitcoin é ativo de risco e os ativos de risco. Mitchnick critica a narrativa que associa a criptomoeda a investimentos altamente voláteis e destaca seu potencial como ouro digital. Se o mercado começar a enxergar o bitcoin dessa maneira, sua volatilidade poderá ser reduzida no longo prazo, tornando-o um ativo cada vez mais atraente para investidores institucionais e individuais.
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