Brasil segura aval para embaixador e ameaça aprofundar crise com Netanyahu

O governo do presidente Lula (PT) segura há cerca de dois meses o aval necessário para que Israel nomeie um novo embaixador no Brasil, em gesto que ameaça aprofundar a crise com o país liderado por Binyamin Netanyahu. Na segunda metade de janeiro deste ano, Israel solicitou ao Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores brasileiro) o chamado agrément (consulta que pede a anuência do país anfitrião antes da designação formal de um embaixador) para enviar ao Brasil, como chefe de missão, o diplomata Gali Dagan.

Ex-embaixador em Bogotá, Dagan deixou a Colômbia em junho do ano passado, depois que o presidente Gustavo Petro decidiu romper relações com Israel por causa da guerra na Faixa de Gaza. Até essa quarta-feira (19), a requisição do agrément não havia sido concedida pelo Itamaraty. Na tradição diplomática, um pedido desse tipo nunca é formalmente recusado, apenas fica sem resposta caso um governo se oponha à nomeação.

Se o aval não for mesmo dado, o governo Lula estará, na prática, rebaixando o relacionamento com Israel, que passará a ser representado no Brasil apenas por um encarregado de negócios (de nível hierárquico inferior). Procurado pela reportagem, o Itamaraty afirmou que processos de substituição de embaixadores são “rotineiros e sigilosos até a concessão do agrément” e que não comentaria o assunto. A Embaixada de Israel em Brasília também não se manifestou.
Os governos Lula e Netanyahu trocaram críticas nos últimos meses, também por causa da ofensiva militar israelense em Gaza.

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