O setor agropecuário do Ceará registrou avanços em 2024, consolidando-se como um dos motores do crescimento econômico do estado. Os dados mais recentes apontam recordes históricos na produção de ovos e no abate de frangos, além de expansão notável nos segmentos de bovinos e suínos. No entanto, a queda na aquisição de leite cru acende um alerta para o setor lácteo. Os dados foram divulgados nessa quarta-feira (19/03), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com os indicadores oficiais, o abate de bovinos no Estado alcançou 139,3 mil cabeças ao longo do ano, um aumento de 8,4% em relação a 2023, confirmando a tendência de crescimento já observada desde 2022. O resultado reflete o fortalecimento da pecuária local e a crescente demanda por carne bovina no mercado interno.
O destaque absoluto, no entanto, ficou com a avicultura. O abate de frangos atingiu a marca histórica de 38,8 milhões de cabeças, um crescimento de 6,7% (+2,4 milhões) em relação ao ano anterior. Esse recorde reforça a relevância do setor para a economia do estado e sinaliza a crescente inserção do Ceará no mercado nacional de proteína animal.
O abate de suínos também apresentou um salto expressivo. Com 195,8 mil cabeças abatidas ao longo de 2024, o segmento registrou um avanço de 16,4% (+27,6 mil cabeças) em comparação a 2023. O resultado reflete a crescente demanda do mercado e o fortalecimento da suinocultura no Estado.
Leite
Apesar do cenário positivo para os setores de carne e avicultura, a aquisição de leite cru recuou 1,0% no acumulado de 2024, totalizando 418,7 milhões de litros. Essa é a primeira retração na captação de leite em anos, sugerindo desafios no segmento lácteo, possivelmente impactado por custos elevados de produção e mudanças no padrão de consumo.
Por outro lado, a produção de ovos de galinha atingiu um novo recorde, chegando a 252,7 milhões de dúzias, um leve crescimento de 0,3% em relação a 2023. A alta reflete o avanço da tecnificação do setor e a maior demanda por ovos, impulsionada pelo consumo interno e por um mercado que busca alternativas proteicas mais acessíveis.
Na avaliação do economista Davi Azim, o Ceará tem uma tradição muito significativa e relevante com relação à produção de frangos e ovos. “É um setor relevante para a economia. Se o preço está favorável, há um estímulo ao produtor. Com relação ao abate de bovinos e suínos há uma necessidade de infraestrutura pública mais efetiva para que os pequenos produtores possam abater de forma melhor e menos burocrática e atendendo às exigências sanitárias legais. Vale ressaltar que esse mercado, sobretudo dos suínos, não é pulverizado. Temos pontuais empresas que compram dos pequenos produtores”, disse.
Para a questão do leite, o especialista disse que no Ceará há uma produção acentuada, direcionada à produção de queijos e por isso uma dinâmica comercial bem desenvolvida, mas o que direciona a produção é o preço. “O setor lácteo cearense, temos poucas empresas que atuam nesse segmento, mas de todo modo o Ceará registrou bom desempenho nesses segmentos, o que ajuda a movimentar a economia”.
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