Em tempos de incertezas políticas e desafios sociais, nós, cidadãos brasileiros, sem voz ativa nas grandes decisões do país, buscamos na esperança a força para que nossos governantes e congressistas nos escutem e ajam conforme os anseios da sociedade, sempre dentro dos limites estabelecidos pela Constituição Federal. Nossa Carta Magna não é apenas um documento jurídico; é o pilar que sustenta nossa soberania e nossos direitos enquanto nação independente.
Nos últimos dias, assistimos com perplexidade a atitudes que desafiam esse princípio fundamental. O Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, ao convocar um país estrangeiro para se imiscuir em questões exclusivamente nacionais, age de maneira antipatriótica e irresponsável. O verdadeiro patriotismo não se traduz em submissão a potências externas, mas sim na defesa intransigente da soberania brasileira.
A história nos ensina que os países que cedem à interferência estrangeira colocam em risco sua autonomia e sua identidade. Chamar forças externas para intervir nos rumos internos do Brasil não é apenas um equívoco político, mas também um atentado contra nossa independência. Qualquer representante público que atue nesse sentido deve ser responsabilizado, pois compromete os interesses do povo e coloca em xeque nossa dignidade como nação.
A Constituição Federal, em seu artigo 85, define os crimes de responsabilidade que podem levar ao impeachment de um presidente da República, e, por extensão, também são princípios que devem ser observados por qualquer agente público. O artigo 359-L do Código Penal, recentemente atualizado, também tipifica como crime a tentativa de atentar contra a soberania nacional. O que nos leva a questionar: até que ponto o comportamento do referido deputado pode ser interpretado como uma traição ao país?
Se o senhor Eduardo Bolsonaro não se sente comprometido com os valores nacionais, que tenha a decência de abrir mão de sua posição de representante do povo brasileiro. Se prefere atuar a serviço de interesses estrangeiros, que responda legalmente por seus atos. A nação não pode ser refém de figuras políticas que colocam em risco nossa independência e dignidade.
Que a justiça brasileira e os órgãos competentes tomem as medidas necessárias para garantir que qualquer atentado à soberania do Brasil seja tratado com a devida seriedade. O povo brasileiro não pode aceitar calado aqueles que, sob o manto do poder, atentam contra os interesses do país. Afinal, ser patriota não é apenas ostentar símbolos nacionais, mas, sobretudo, defender incondicionalmente os interesses da pátria.
EDMAR XIMENES
GEÓLOGO
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