Faixa de Gaza: ONU, Rússia e países árabes condenam ataques de Israel

Países árabes e organizações de direitos humanos condenaram os ataques de Israel contra a Faixa de Gaza, nessa terça-feira (18), enquanto os Estados Unidos afirmaram que o Hamas “escolheu a guerra” ao se recusar a libertar os reféns que ainda estão no território palestino. “O Hamas poderia ter libertado os reféns para estender o cessar-fogo, mas escolheu a recusa e a guerra”, disse, em comunicado, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Brian Hughes.

A fala ocorreu um dia após os bombardeios de Tel Aviv colapsarem a trégua que estava em vigor desde o dia 19 de janeiro deste ano. Segundo autoridades palestinas, os ataques mataram ao menos 400 pessoas, incluindo crianças.

Em entrevista à emissora Fox News, ontem, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Claire Leavitt, afirmou que o governo do presidente americano, Donald Trump, foi consultado a respeito do ataque. “Como o presidente Trump deixou claro, o Hamas, os houthis, o Irã e todos aqueles que buscam aterrorizar não apenas Israel, mas também os EUA, pagarão o preço. As portas do inferno vão se abrir”, disse.

Horas depois, o porta-voz do governo israelense, David Mencer, confirmou que os bombardeios tiveram a anuência de Washington. “Posso confirmar que o retorno aos intensos combates em Gaza foi em total coordenação com Washington. Israel agradeceu a Trump e sua gestão pelo seu apoio inabalável a Israel”, disse, em entrevista coletiva.

O chefe de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Volker Turk, disse estar horrorizado com os ataques. “Isso adicionará tragédia sobre tragédia. O recurso de Israel a ainda mais força militar só aumentará a miséria sobre uma população palestina que já sofre condições catastróficas”, declarou o alto comissário em comunicado.

Já o chefe do Escritório de Direitos Humanos da ONU para o Território Palestino Ocupado, Ajith Sunghay, chamou de trágica a retomada dos bombardeios. “Estamos novamente vendo cenas de corpos mutilados de crianças e corpos envoltos em mortalhas. É inaceitável, até inimaginável, estarmos novamente falando sobre isso em vez de apoiar um caminho em direção à recuperação e à paz sustentável”, disse, em entrevista coletiva em Genebra.
Nas redes sociais, a Human Rights Watch afirmou que as mortes eram alarmantes. “As forças israelenses repetidamente realizaram ataques ilegais e indiscriminados, exterminando famílias inteiras e reduzindo grande parte de Gaza a escombros”, citou a organização de direitos humanos.
Países árabes também se manifestaram, incluindo o Qatar e o Egito, que desempenham papéis importantes nas negociações entre as partes em conflito. O primeiro, que sedia as mesas de negociação em Doha, condenou os ataques e afirmou que é necessário retomar as conversas para implementar as novas fases do acordo de cessar-fogo.
Já o Egito, afirmou que os ataques representam uma “violação flagrante do acordo de cessar-fogo e uma escalada perigosa que ameaça a estabilidade da região com consequências severas”. A Arábia Saudita declarou que os bombardeios ocorreram “em áreas povoadas por civis indefesos, sem o menor respeito pelo direito internacional humanitário”. Para a Turquia, os bombardeios representam uma nova fase na “política de genocídio” de Israel contra os palestinos. E a Rússia disse que condena quaisquer ações que levem à morte de civis.

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