Endividamento dos consumidores atinge menor patamar em 5 anos

O endividamento dos consumidores de Fortaleza apresentou uma queda significativa e atingiu o menor nível em cinco anos, de acordo com a mais recente Pesquisa do Endividamento do Consumidor, realizada pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio (IPDC) da Fecomércio/CE. O levantamento aponta que, em março de 2025, 67,9% dos consumidores da capital cearense estavam endividados, uma redução de 2,9 pontos percentuais em relação a fevereiro (70,8%). O índice é o mais baixo desde dezembro de 2020, quando a taxa era de 65,2%.

Apesar da melhora no cenário, o estudo revela que o número de consumidores com contas em atraso subiu ligeiramente, passando de 18,0% em fevereiro para 19,0% em março. Ainda assim, a inadimplência continua abaixo do registrado no mesmo período do ano passado (21,8%).

Entre os consumidores que enfrentam dificuldades para quitar suas dívidas, o desequilíbrio financeiro (56,8%) e a priorização de outros gastos (37,7%) são as principais razões apontadas. O prazo médio de atraso é de 75 dias.

“Podemos enfatizar que a queda do endividamento das pessoas deve- se a organização financeira das finanças pessoas de cada um, cautela das pessoas com relação ao cenário econômico com elevação da taxa selic e inflação , que dificulta o acesso e aumenta o custo do crédito”, considerou a economista Desirée Mota, conselheira do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE).

Perfil
A pesquisa revela que os consumidores de Fortaleza comprometem, em média, 43,9% da renda familiar com o pagamento de dívidas – um leve aumento em relação a fevereiro (43,8%). O endividamento médio é de R$ 1.840, com um prazo de oito meses para a quitação.

Os cartões de crédito seguem como o principal fator de endividamento entre os consumidores, citados por 82,4% dos entrevistados. Na sequência, aparecem os financiamentos bancários (13,3%), empréstimos pessoais (11,2%) e carnês/crediários (3,4%). Os gastos com compras de alimentos a prazo são os principais responsáveis pelas dívidas (62,7%), seguidos por despesas com saúde (29,0%) e aluguel (26,2%).

O levantamento também aponta que mulheres (68,3%), pessoas acima de 35 anos (69,5%) e indivíduos com renda de até cinco salários-mínimos (69,0%) apresentam os maiores índices de endividamento na capital. A inadimplência potencial, que mede o percentual de consumidores que enfrentarão dificuldades para quitar suas dívidas, registrou leve alta, passando de 10,0% em fevereiro para 10,2% em março.

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