A economia brasileira cresceu 0,89% em janeiro na comparação com dezembro, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB). O resultado ficou acima do teto das projeções do mercado, que apontava alta de até 0,70%.
O desempenho divulgado nesta segunda-feira (17) surpreendeu analistas e levantou dúvidas sobre o ritmo da política monetária, diante de um crescimento mais forte do que o esperado.
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Crescimento impulsionado pelo agronegócio
O IBC-Br atingiu 154,6 pontos na série com ajuste sazonal, o maior nível já registrado. A comparação anual também mostrou avanço: o índice subiu 3,58% em relação a janeiro de 2024, superando a projeção máxima de 3,10%.
Segundo Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, o principal fator por trás desse crescimento foi o agronegócio. “O setor deve crescer 0,9% no primeiro trimestre, impulsionado por uma safra de soja forte e margens elevadas”, afirmou.
No entanto, ele pondera que dados de indústria, varejo e serviços indicam uma desaceleração gradual da economia nos próximos meses.
Impacto do IBC-Br na Selic
O crescimento acima do esperado pode influenciar as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, avalia que o desempenho do IBC-Br pode reforçar a necessidade de ajustes na taxa Selic para conter possíveis pressões inflacionárias.
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A MB Associados mantém a projeção de que o Banco Central elevará a Selic em 1 ponto percentual na reunião desta semana, seguida de mais duas altas de 0,75 ponto percentual em maio e junho, levando a taxa a um pico de 15,50%.
“O dado de hoje reduz as chances de um afrouxamento monetário mais cedo. A Selic só deve começar a cair no segundo semestre de 2025”, afirma Vale.
Cautela no mercado
Apesar da alta no IBC-Br, João Kepler, CEO da Equity Group, recomenda cautela na interpretação dos números. Ele alerta que o crescimento pode refletir fatores temporários, como uma recuperação pontual de comércio e serviços após a política monetária restritiva de 2024. “O Banco Central precisará avaliar outros indicadores, como inflação e cenário externo, antes de definir os próximos passos”, disse.
O post Prévia do PIB (IBC-Br) supera expectativas e reforça debate sobre juros apareceu primeiro em Monitor do Mercado.