
Forçar políticos que mentem a enfrentar o público por meio de um referendo de voto de confiança é uma proposta que está sendo considerada no País de Gales. De acordo com as recomendações apresentadas pelo comitê de padrões de conduta do Parlamento Galês, os políticos que enganarem deliberadamente enfrentariam uma votação no estilo referendo em seus círculos eleitorais, para decidir se serão demitidos ou poderão permanecer no cargo.
As possíveis penalidades propostas variam de uma retratação formal à suspensão ou, em casos extremos, revogação pelo voto dos eleitores. O comitê, no entanto, não chegou a recomendar que o engano deliberado fosse considerado uma infração criminal. A ideia de que políticos que mentem poderiam ser investigados pela polícia e pelos tribunais já havia sido previamente discutida. A opção de uma infração civil com menor ônus da prova também foi rejeitada.
O projeto de lei coincide com um novo estudo da Universidade de Southampton, na Inglaterra, que destaca uma crise global de confiança na política. “O declínio da confiança pública nas autoridades políticas é central para os desafios enfrentados pelos governos democráticos em muitos países hoje”, afirmou o autor principal, Dr. Viktor Valgarðsson.
O comitê de padrões de conduta do Parlamento Galês acredita que dar aos eleitores o poder de demitir políticos mentirosos pode ajudar a restaurar a confiança. “Regras mais rígidas para parlamentares e candidatos que concorrem à eleição são cruciais em um momento em que a confiança pública em nossas instituições é baixa”, afirmou a presidente do comitê.
A proposta está sendo considerada pelo governo galês, que se comprometeu a introduzir uma legislação até 2026.
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