Vereadores discutem paralisações no IJF devido à demora no reajuste

A demora nas negociações com os sindicatos que representam os servidores municipais de Fortaleza está levando à paralisação de servidores da saúde não-médicos do Instituto José Frota (IJF). O assunto foi levado ao Plenário da Câmara Municipal de Fortaleza (CMFor), nessa quinta-feira (13), pelo vereador PP Cell (PDT).
O parlamentar reproduziu um vídeo divulgado pela categoria nas redes sociais gravado durante uma das paralisações. “Até o prefeito se mancar e dar um aumento digno, que faça jus à classe da saúde igualmente aos professores, aos mestres que merecem, nós vamos paralisar por 30 minutos todos os dias”, diz o vídeo.

Os servidores ainda cobram o novo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e denunciam a falta de remédios e insumos no IJF, como dipirona e gaze para curativos. “É um vídeo duro, mas a gente tem que trazer essa denúncia pra cá, para mostrar ao povo de Fortaleza o que está acontecendo, o descaso que infelizmente essa gestão tem tido com a nossa saúde”, criticou PP Cell.

O vereador Tony Brito falou em defesa do prefeito Evandro Leitão (PT) e disse que o gestor (PT) “está buscando recursos” e “haverá diálogo para construir o PCCS dos servidores”. “A gente tem que entender o momento econômico atual do Município, O prefeito está há dois meses [no cargo] e está priorizando a área da saúde”, defendeu Tony, sem citar a proposta de reajuste da Prefeitura.

Proposta recusada
Os servidores municipais estão desde 10 de janeiro tentando negociar o reajuste anual com a Prefeitura. A primeira proposta da gestão municipal foi apresentada na segunda-feira (10), mas apenas inflamou os ânimos dos servidores. Evandro propôs o reajuste pelo índice da inflação de 2024: 4,83%.
O valor seria pago em uma parcela de 2%, em junho, e outra, de 2,83%, em dezembro. Sem retroativo. A proposta, segundo nota da gestão municipal, evita “o acúmulo de perdas para o servidor” e ocorre devido a “uma dívida pública herdada no valor de R$ 4,6 bilhões”.

Remédios
Sobre a falta de remédios no IJF e em várias unidades de saúde municipais, a titular da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Socorro Martins, culpou a gestão anterior pela falta de planejamento para garantir o abastecimento. “Recebemos a SMS com quase todas as medicações zeradas.”
A secretária disse ainda que a cidade já conseguiu os recursos necessários para reabastecer a rede de saúde. De acordo com Socorro, dos 137 itens que o Município deve bancar nas unidades, mais da metade está sendo distribuída e, “até o final de março, deve estar normalizado. É um compromisso nosso”. Medicamentos para pacientes diabéticos e hipertensos devem chegar até a próxima semana.
(Por Maurício Moreira)

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