
A advogada chegou a ser seguida por dois carros antes de estacionar em um shopping. A OAB no Espírito Santo divulgou que advogados identificaram alguns policiais entre os suspeitos. Polícia investiga rastreador deixado em carro de advogada no ES
Uma advogada criminalista foi seguida por dois veículos e teve um rastreador implantado no próprio carro na Serra, na Grande Vitória. O caso aconteceu na última sexta-feira (7) após ela sair de um presídio, onde realizou um atendimento. A Ordem dos Advogados no Espírito Santo (OAB-ES) confirmou as informações e disse que advogados identificaram alguns policiais entre os suspeitos. A Corregedoria da polícia vai investigar o caso.
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Entre as suspeitas está a de que o rastreador tenha sido colocado para monitorar a advogada e, possivelmente, localizar seu cliente. Um advogado que estava com ela viu quando uma pessoa se aproximou do carro e instalou um equipamento de rastreamento embaixo do veículo.
Depois que deixou o presídio, a mulher percebeu que dois automóveis estavam fazendo o mesmo trajeto que ela.
Como mantiveram a mesma direção, a advogada contou que decidiu parar no estacionamento de um shopping do município. Foi aí que ela entrou em contato com colegas de profissão pelo celular, que indicaram que ela saísse do carro. Outros advogados também a encontraram no centro comercial.
Polícia investiga rastreador deixado em carro de advogada no ES
Reprodução | OAB-ES
Observando os carros que a seguiam, ela e outro colega conseguiram identificar que o homem que teria colocado o rastreador estava em um dos veículos.
Em nota oficial, a OAB-ES afirmou que outros advogados que estavam com a advogada afirmaram ter reconhecido, entre os suspeitos, que alguns eram policiais.
“Também confirmaram (os advogados) se tratar de policiais, e farão reconhecimento se necessário. Diante dessa grave situação, a advogada acionou a Comissão de Prerrogativas e dirigiu-se imediatamente à delegacia, onde registrou um Boletim de Ocorrência”, disse a OAB-ES em publicação no próprio site.
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Em conversa com a reportagem da TV Gazeta, o diretor de prerrogativas da OAB-ES, Rivelino Amaral, disse que a situação não ficará impune.
“A gente está em busca das imagens para identificar essas pessoas. Conseguimos também buscar testemunhas que presenciaram o que aconteceu. Então, essas pessoas serão ouvidas e essas imagens passarão por perícia”, afirmou Amaral.
De acordo com Rivelino, quando identificados, os autores do caso serão severamente punidos. “Não vamos admitir que isso seja passado em branco no estado do Espírito Santo”, pontuou.
Perícia
No mesmo dia da denúncia, a perícia foi realizada na presença da advogada vítima, da presidente da Ordem, do presidente da Comissão de Prerrogativas, Glauco Reis, e o secretário adjunto da Comissão, Fábio Marçal.
“Na ocasião, o equipamento de rastreamento foi identificado e acautelado pelas autoridades competentes. O caso está sendo tratado pela Corregedoria da Polícia, e a OAB-ES seguirá acompanhando de perto o desdobramento das investigações, pois se trata de uma violação gravíssima contra a advocacia”, destacou a OAB-ES na publicação.
A Polícia Civil informou que o caso foi encaminhado para a Corregedoria da Corporação, que irá apurar se há envolvimento de policiais civis nesta ocorrência e buscar a identificação do autor do fato.
Caso seja constatado, a investigação será conduzida com o máximo rigor. As apurações já estão em andamento e para que a investigação seja preservada, nenhuma outra informação será repassada.
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