MS registrou mais de 8 mil afastamentos do trabalho por questões de saúde mental em 2024


Dados, obtidos com exclusividade pelo g1, revelam que ansiedade e depressão lideram causas de afastamentos relacionados a saúde no estado. Afastamentos por saúde mental
Luisa Rivas e Otávio Camargo | Arte g1
Mato Grosso do Sul registrou 8.545 afastamentos por ansiedade, depressão e outras doenças relacionadas à saúde mental em 2024. Os dados, obtidos com exclusividade pelo g1, são do Ministério da Previdência Social.
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➡️ Os dados representam afastamentos e não trabalhadores. Isso porque uma pessoa pode tirar mais de uma licença médica no mesmo ano e esse número é contabilizado mais de uma vez.
De acordo com o governo federal, a ansiedade lidera o ranking das doenças, com 2.516 concessões, seguida da depressão, com 2.408 pedidos de afastamentos ao longo do ano passado em Mato Grosso do Sul.
O levantamento ainda conta com licenças por transtorno bipolar, esquizofrenia, vícios em drogas e álcool, entre outros. Veja a lista abaixo.
Afastamentos em 2024 relacionados à saúde mental em MS
➡️ O benefício do afastamento é concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) quando o trabalhador precisa se afastar por mais de 15 dias. Para isso, é preciso passar por uma perícia médica, na qual é declarada qual doença justifica a licença.
➡️ E o que explica o recorde de afastamentos em 2024? Os transtornos mentais são multifatoriais e não há uma explicação única para o que está acontecendo. De acordo com psiquiatras e psicólogos ouvidos pelo g1, a situação pode ser reflexo, entre outros pontos, da situação do mercado de trabalho e das cicatrizes da pandemia, como:
O luto pós pandemia, que causou mais de 700 mil mortes;
Estresse emocional após a crise, com anos de isolamento;
Insegurança financeira com o aumento do custo de vida. De 2020 até 2024, o preço dos alimentos subiu 55%;
Aumento da informalidade;
E o fim de ciclos. Na pandemia, por exemplo, houve um aumento de 16% nas separações.
Os dados do INSS permitem traçar um perfil dos trabalhadores atendidos: a maioria é mulher (64%), com idade média de 41 anos, e com quadros de ansiedade e de depressão. Elas passam até três meses afastadas do trabalho.
🔴 Os especialistas explicam que mulheres são a maioria por fatores sociais: a sobrecarga de trabalho, a menor remuneração, a responsabilidade do cuidado familiar e a violência. O levantamento não consta com recortes por raça, faixa salarial ou escolaridade, pois os dados não foram informados pelo INSS.
🗺️ Cenário nacional
Brasil tem o maior número de afastamentos do trabalho por ansiedade e depressão em 10 anos
O Brasil alcançou uma situação inédita no último ano, de acordo com dados exclusivos do Ministério da Previdência Social. Em 2024, foram concedidas 472.328 licenças médicas devido a transtornos mentais no país. Esse número, quando comparado ao ano anterior, representa um aumento de 68%.
🔴 A crise fez que o governo federal buscasse medidas mais duras. O Ministério do Trabalho anunciou a atualização da NR-1, que é a norma com as diretrizes sobre saúde no ambiente do trabalho.
O maior número de licenças está nos estados mais populosos como São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Apesar disso, proporcionalmente, quando se considera o número de afastamentos em relação à população, os maiores índices foram registrados no Distrito Federal, em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
Veja vídeos de Mato Grosso do Sul:
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