Tarifas de Trump mantêm volatilidade dos mercados globais

Os mercados internacionais seguem operando em alta volatilidade, impulsionados por políticas protecionistas do governo de Donald Trump, além das incertezas sobre uma possível recessão nos Estados Unidos. No Brasil, a desaceleração econômica e a alta da inflação seguem como desafios para o governo.

A política comercial dos EUA e a condução das contas públicas brasileiras seguirão desempenhando uma grande influência nas bolsas globais nos próximos dias.

A sócia da Wiser | BTG Pactual, Jéssica Baldin, analisou o cenário econômico global e brasileiro na nova edição da série “Perspectivas da Semana”, publicada as segundas-feiras, no canal do YouTube do Monitor do Mercado. Confira a análise na íntegra abaixo:

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Cenário global pressiona mercados de olho em Trump

A política comercial dos EUA está no centro das atenções, com o presidente Donald Trump ameaçando aumentar tarifas de importação de até 250% sobre produtos do Canadá. Além disso, a possibilidade de recessão na economia americana e a continuidade da guerra na Ucrânia têm pressionado os mercados.

“O risco de recessão aumentou a aversão ao risco, impactando negativamente as bolsas e fortalecendo o dólar como moeda de segurança”, explicou Jéssica Baldin.

O índice S&P 500 caiu nos últimos pregões, refletindo a maior cautela dos investidores. Ao mesmo tempo, o fortalecimento do dólar pode ser visto como uma oportunidade para alocações nos EUA, especialmente para investidores que aguardavam o momento certo para entrar no mercado.

Governo equilibra popularidade e contas públicas

No cenário doméstico, o governo segue tentando equilibrar medidas populares e responsabilidade fiscal. Entre as estratégias, estão a liberação de crédito consignado e do FGTS, além de subsídios para o setor agrícola e controle de preços de combustíveis.

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“A inflação segue sendo um grande desafio e pode afetar as eleições. O governo busca alternativas para manter o consumo aquecido, mesmo com os riscos inflacionários”, comentou Baldin.

Dólar forte e volatilidade no Ibovespa

A Petrobras voltou a ser alvo de discussões, com o governo avaliando uma possível intervenção nos preços dos combustíveis, devido à recente queda do petróleo. “A volatilidade nas estatais aumenta a percepção de risco para os investidores”, disse a especialista.

Com o cenário externo instável e as incertezas fiscais no Brasil, o dólar tende a permanecer forte. “O câmbio está sendo influenciado tanto pelo fortalecimento global da moeda americana quanto pelas incertezas internas”, explicou Baldin.

No mercado de ações, o Ibovespa pode continuar volátil, com forte impacto dos preços das commodities, especialmente petróleo e minério de ferro.

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“A tendência do minério de ferro é de queda, o que pode afetar os papéis da Vale. Já o petróleo, embora mais estável, também tem viés de baixa, impactando a Petrobras”, analisou a especialista.

Agenda da semana

O mercado acompanhará de perto a divulgação de indicadores econômicos no Brasil e nos EUA.

  • IPCA (Brasil): O índice oficial de inflação (IPCA) será divulgado na quarta-feira (12) e pode indicar se os preços estão desacelerando.
  • Inflação (EUA): Os dados de inflação e emprego nos Estados Unidos serão cruciais para as próximas decisões do Federal Reserve sobre juros.
  • Balanços: Magazine Luiza, Casas Bahia, CSN, CSN Mineração, Prio, SLC Agrícola, são algumas das principais empresas que divulgarão números.

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