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Lula já avisou a interlocutores que considera sua equipe de infraestrutura como intocável. Após trocar comunicação do Planalto, presidente demitiu Nísia Trindade (Saúde) nesta terça. Lula reuniu os 38 ministros em clima de confraternização de fim de ano no Palácio da Alvorada
Ricardo Stuckert/ PR
Em meio a negociações de uma reforma ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já avisou a interlocutores: o trio de “filhos” que compõe a sua equipe é imexível, e nenhum deles será deslocado para outra pasta.
O mapa da reforma ainda tem lacunas. Falta definir, por exemplo, quem assumirá a articulação política na Secretaria de Relações Institucionais, que ficará vaga com a ida de Alexandre Padilha para a Saúde no lugar de Nísia Trindade.
O governo tem três ministros filhos de caciques tradicionais da política brasileira, todos em pastas de infraestrutura:
Renan Filho, ministro dos Transportes e filho do senador Renan Calheiros (MDB-AL)
Jader Filho, ministro das Cidades e filho do ex-governador Jader Barbalho (MDB-PA);
Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos e filho do ex-deputado Silvio Costa (Avante-PE).
Lula tem comentado com interlocutores que essa equipe, a seu ver, tem apresentado bons resultados. Segundo o presidente, “esses jogadores não vão sair de campo” porque estão rendendo bem – e têm fôlego para ir até o fim do mandato.
Lula confirma demissão de Nísia e abre Reforma Ministerial
O nome de Silvinho – como é conhecido Silvio Costa Filho em Brasília – chegou a ser cotado para a articulação política, mas Lula não quer tirá-lo do posto atual.
Com isso, seguem na bolsa de apostas nomes como os do atual líder do governo na Câmara, José Guimarães, e da presidente do PT, Gleisi Hoffmann.
Ela, porém, deve ir para a Secretaria Geral da Presidência ou para o Ministério do Desenvolvimento Social.
Centrão na articulação
Lula tem sido aconselhado a colocar um nome de um partido de centro para ocupar a articulação política.
De preferência, um deputado ou senador que tenha excelente interlocução com os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
Um nome que passou a ser citado é o do líder do MDB, Isnaldo Bulhões. Interlocutores de Lula, no entanto, dizem que o presidente prefere um nome que ele já conheça muito bem.