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Internado há 11 dias no hospital Agostino Gemelli, em Roma, o papa Francisco continua em estado crítico, mas passou uma noite estável, informou o Vaticano nesta terça-feira (25). Esta já é a hospitalização mais longa de seu pontificado, iniciado em 2013.
Na segunda-feira (24), apesar da gravidade do quadro, Francisco conseguiu trabalhar durante a tarde. Entre seus compromissos, fez uma ligação para a Igreja da Sagrada Família, na Faixa de Gaza, para acompanhar a situação dos palestinos que se abrigam no local — um contato que tem mantido regularmente desde o início da guerra entre Israel e Hamas.
No último sábado, o papa precisou de uma transfusão de sangue após enfrentar uma crise respiratória prolongada. Desde então, segundo o Vaticano, não houve novos episódios semelhantes.
Diante da internação prolongada, o cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e segunda maior autoridade da Igreja Católica, celebrou uma missa na Praça São Pedro na segunda-feira (24). “Que a Virgem Maria sustente (o papa) neste momento de doença e provação, e que o ajude a recuperar sua saúde”, declarou Parolin, que deve seguir com a cerimônia diariamente enquanto Francisco permanecer no hospital.
A saúde do Papa
Nos últimos anos, a saúde do papa Francisco tem exigido cuidados constantes, com internações recorrentes e desafios físicos. Aos 88 anos, o pontífice já enfrentava problemas respiratórios desde a juventude, quando precisou remover parte do pulmão direito devido a uma infecção.
Em 2004, enquanto arcebispo de Buenos Aires, foi hospitalizado após um “pré-infarto”. Já no papado, a saúde começou a demandar mais atenção a partir de 2021, quando dores na ciática o levaram a cancelar compromissos. No mesmo ano, passou por uma cirurgia intestinal para tratar uma estenose diverticular, permanecendo internado por dez dias.
A partir de 2022, passou a sofrer intensas dores no joelho, chegando a utilizar cadeira de rodas e a adiar viagens oficiais. No ano seguinte, enfrentou uma infecção pulmonar grave, seguida por uma nova cirurgia abdominal. Ainda em 2023, precisou reduzir sua agenda devido a uma inflamação pulmonar, cancelando a ida à COP28, em Dubai.
Em 2024, continuou a lidar com problemas de saúde, incluindo uma crise respiratória que o impediu de participar da Via Sacra no Coliseu de Roma. No fim do ano, sofreu uma queda no Vaticano e apareceu com um hematoma no rosto. Em janeiro de 2025, voltou a cair e machucou o braço. No mês seguinte, desenvolveu uma nova infecção respiratória, que resultou em sua internação no dia 14 de fevereiro, marcando mais um episódio delicado em seu histórico médico.