Com o telefone carregado de mensagens, incluindo uma de Elon Musk, cabo eleitoral desde os primeiros dias de campanha, Alice Weidel afirmou nessa segunda-feira (24) que o isolamento do partido dela na Alemanha é antidemocrático. Com a segunda maior votação no Parlamento, maior resultado da extrema direita em 90 anos, a AfD não deve ser incluída nas negociações de coalizão pelo vencedor da eleição, Friedrich Merz.
O líder conservador tentará aliança com o derrotado SPD, do premiê Olaf Scholz. Classificada como extremista pelo serviço de segurança do governo e com integrantes investigados por discurso de ódio e neonazismo, a AfD dobrou a votação neste ano, obtendo 20,8% dos votos.
Foi majoritária nos estados da antiga Alemanha Oriental, chegando a 40% em alguns distritos. Nada indica, porém, que o campo democrático abrirá mão do chamado Brandmauer, ou firewall, o cordão sanitário político que alija o partido das negociações parlamentares. “Somos o partido do povo”, declarou Weidel, defendendo que a AfD tomou o lugar do SPD na defesa dos trabalhadores e desempregados.
A legenda social-democrata de Scholz sofreu uma derrota histórica, a maior desde 1949, quando a Alemanha retomou o controle político do país no pós-guerra, com 16,4% dos votos.
O atual primeiro-ministro conseguiu se reeleger no distrito dele, Potsdam, mas afirmou logo depois dos primeiros resultados no domingo (23) que não se envolverá nas negociações de coalizão com Merz.
O secretário-geral do SPD, Matthias Miersch, espera negociações difíceis com o bloco formado por CDU e CSU, o partido cristão da Baviera que sempre atua em conjunto com a União, de presença nacional.
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