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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo-MG), foi denunciado ao Ministério Público Eleitoral pela deputada estadual Lohanna França (PV-MG). A parlamentar acusa o chefe do executivo de usar a estrutura do governo para se promover e favorecer politicamente o vice-governador Mateus Simões, que é cotado como possível candidato na eleição de 2026.
A denúncia, ao qual o Portal iG – Último Segundo teve acesso, argumenta que Zema fez declarações com conotação eleitoral durante um evento oficial de liberação de recursos para municípios, o que, segundo a deputada, viola os princípios da administração pública e a legislação eleitoral.
O evento em questão ocorreu no dia 20 de fevereiro de 2025, no Teatro Sesiminas, em Belo Horizonte, quando o governador anunciou a liberação de R$ 400 milhões aos municípios mineiros por meio de linhas de crédito do BDMG (Banco de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais).
O montante foi destinado a obras de infraestrutura, prevenção contra secas e inundações, construção de reservatórios, sistemas de irrigação e saneamento básico, beneficiando 414 municípios.
Durante o anúncio, Zema comparou sua gestão com a anterior e mencionou a necessidade de uma “sucessão bem definida”, além de citar Mateus Simões como seu braço direito, declaração que motivou a denúncia.
“Fica muito claro que trabalho sério, disciplina e método produzem resultado. Em milagre eu não acredito. Para que isso continue, tenho falado sempre, que nós precisamos de uma sucessão bem definida e o meu braço direito tem sido o professor Mateus (vice-governador), que, eu espero, possa me suceder. O futuro a Deus pertence, mas tudo que é possível nós temos feito aqui, na nossa gestão”, declarou o governador.
A acusação sustenta que a conduta do governador pode configurar abuso de poder político e uso da máquina pública para promoção pessoal e de terceiros.
Além disso, o documento entregue à Justiça argumenta que a legislação eleitoral proíbe o uso de recursos públicos para promover candidatos antes do período permitido.
Zema é acusado de improbidade administrativa
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No documento, a deputada alega que Zema pode ter cometido ato de improbidade administrativa, ao utilizar um evento oficial para promoção política.
Outro trecho do documento afirma: “O nítido uso da máquina pública para promoção eleitoral é uma prática vedada pelo ordenamento jurídico brasileiro, pois compromete a igualdade de oportunidades entre candidatos e distorce o processo democrático”.
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O texto também destaca que “o Governador Romeu Zema utilizou-se indevidamente da máquina pública em benefício do vice Mateus, fazendo menção à pré-candidatura deste e, mais ainda, pedindo de forma consciente que os presentes considerassem o nome do vice para continuidade dos trabalhos realizados pela gestão, abusando do seu poder político”.
A deputada solicita ao Ministério Público Eleitoral a apuração dos fatos e a adoção das medidas punir o governador e o vice.
O Portal iG – Último Segundo procurou o governador e a deputada para se posicionarem, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. Caso se manifestem, a matéria será atualizada.