O dólar fechou esta sexta-feira (21) em alta de 0,46%, cotado a R$ 5,73, após passar grande parte do dia próximo da estabilidade. A moeda ganhou força na reta final do pregão, impulsionada pelo aumento da aversão ao risco nos mercados globais.
O desempenho do dólar foi influenciado principalmente por fatores externos. A notícia da descoberta de um novo coronavírus com potencial pandêmico na China gerou incertezas, afetando os mercados financeiros.
Além disso, declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a imposição de tarifas de 25% sobre carros a partir de abril aumentaram a volatilidade.
Esses fatores levaram à queda das bolsas de Nova York, à desvalorização de moedas emergentes e à redução das taxas dos Treasuries — títulos do governo dos Estados Unidos. O petróleo também caiu cerca de 3%, refletindo preocupações com o impacto econômico dessas novas incertezas.
Na semana, a moeda acumulou alta de 0,60%, mas ainda registra queda de 1,82% em fevereiro. No ano, o real segue valorizado, com desvalorização acumulada de 7,27% do dólar em relação à moeda brasileira, sendo a segunda divisa de melhor desempenho global em 2025, atrás apenas do rublo russo.
Índice DXY: dólar em relação a outras moedas
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a seis moedas fortes, subiu 0,20%, impulsionado pela valorização da moeda americana frente ao euro. O iene japonês, por sua vez, voltou a se fortalecer diante da perspectiva de aperto monetário no Japão.
Quadro fiscal
Além do cenário internacional, operadores do mercado também citaram preocupações com o quadro fiscal brasileiro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a abertura de um crédito extraordinário de R$ 4 bilhões para restabelecer linhas do Plano Safra, que haviam sido interrompidas pelo atraso na aprovação do Orçamento de 2025.
A medida será feita por meio de uma Medida Provisória, conforme solicitação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e deverá seguir os limites do arcabouço fiscal. Ainda assim, a iniciativa gerou receios entre investidores sobre o impacto das despesas públicas nas contas do governo.
Perspectivas para os juros nos EUA
Nos Estados Unidos, dados fracos de serviços e confiança do consumidor apontaram para uma possível desaceleração da economia. Apesar disso, as expectativas de inflação pioraram, conforme pesquisa da Universidade de Michigan.
Segundo a ferramenta do CME Group, as apostas em dois cortes de juros de 25 pontos-base pelo Federal Reserve neste ano aumentaram de 30% para pouco mais de 33%.
Autoridades do Fed reforçaram que a política monetária está “bem posicionada” e que não há pressa em reduzir as taxas, especialmente diante das incertezas econômicas.
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