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O Papa Francisco não corre risco de morte, mas também não está fora de perigo e deve ficar no hospital por mais uma semana. Essa é a atualização do estado de saúde do Pontífice, divulgada nesta sexta-feira (21) pelos médicos responsáveis pelo seu tratamento hospital Gemelli, em Roma, onde Francisco está internado há uma semana.
Em coletiva de imprensa neste sétimo dia de internação, os médicos afirmaram que ele está respondendo ao tratamento, mas que suas condições de saúde podem mudar a cada dia.
“O papa está fora de perigo? Não. É uma infecção importante, com tantos micróbios, em um senhor de 88 anos”, disse um dos médicos. “Vamos deixar claro que ele não está conectado a nenhuma máquina e está se alimentando”, acrescentou.
Por conta da idade do papa, de 88 anos, e do diagnóstico de pneumonia bilateral e infecção polimicrobiana, os médicos o chamaram de “um paciente frágil”.
Eles explicaram o motivo da internação prolongada e falaram dos riscos que a condição do pontífice oferece.
“O papa é durão. Quantas outras pessoas suportariam tantas infecções com a carga de compromissos dele?”, afirmou um dos médicos, reiterando que o coração de Francisco é bom.
Na tarde desta quinta (20), no último boletim médico liberado, o Vaticano disse que a condição física do papa estava melhorando “ligeiramente”, que ele estava sem febre e com os parâmetros hemodinâmicos estáveis. “Esta manhã, recebeu a Eucaristia e posteriormente dedicou-se às atividades laborais”, disse o comunicado.
Ainda segundo o Vaticano, Francisco havia passado uma noite tranquila e se levantou da cama para tomar café da manhã.
O Papa Francisco foi internado devido a uma bronquite na sexta-feira (14). Na terça-feira (18), a Santa Sé anunciou que foi diagnosticado com pneumonia bilateral.
Na quarta-feira, o Vaticano explicou que os exames de sangue “mostram uma leve melhora” em seu quadro de saúde, que está estável, “em particular os indicadores” de inflamação. No mesmo dia, o pontífice recebeu uma visita da primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que o chamou de alerta, responsivo e de bom humor.
Carta de Renúncia
Há mais de dez anos, o Papa Francisco assinou uma carta na qual deixa em aberta a possibilidade de uma renúncia caso sua condição de saúde o impeça de exercer suas atividades.
A confirmação da existência do documento foi feita por Francisco em dezembro de 2022 ao jornal espanhol ABC, quando ele disse que assinou a carta de renúncia e a entregou ao secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone.
“Assinei a renúncia e disse a ele: ‘Em caso de impedimento médico ou algo assim, aqui está minha renúncia. Você a tem'”, disse o Papa na ocasião. Questionado, à época, se ele queria que esse fato fosse conhecido, Francisco respondeu: “É por isso que estou lhe contando.” Ele acrescentou que não sabia o que Bertone fez posteriormente com a carta.
Fontes do Vaticano afirmaram que, apesar da doença, o Papa se mantém informado e tenta trabalhar, lendo e assinando documentos, escrevendo e conversando com seus colaboradores.
A inquietação sobre a saúde do Papa vem aumentando com o passar dos dias e com o diagnóstico complexo. Aumentou ainda mais após a propagação de notícias falsas nas redes sociais, em particular no X, que relatavam a morte de Francisco em vários idiomas.