
Disputa teve início em 20 de janeiro quando a criança não foi levada pelo pai ao aeroporto de Lisboa para voltar das férias, segundo a mãe do garoto. Ex-juiz em Portugal, Pedro Fonseca não retornou os contatos feitos pelo g1. Mãe tenta trazer filho menor de idade de volta ao Brasil
A carioca Érika Hecksher está desde 20 de janeiro em Portugal tentando trazer de volta ao país seu filho de 10 anos. O garoto foi passar as festas de fim de ano com o pai, que, segundo ela, não deixou que o menino embarcasse de volta ao Brasil.
O caso foi parar na Justiça portuguesa e no Departamento de Cooperação Jurídica do Ministério da Justiça, no Brasil.
Érika aguarda agora a decisão da Justiça de Portugal para trazer seu filho de volta ao Brasil.
O pai do menor, o ex-juiz Rui Fonseca e Castro não respondeu aos contatos feitos pelo g1 nos últimos dois dias. Érika responde que só volta ao Brasil com o filho.
Para a ex-mulher e em uma nota postada em rede social, João Fonseca alega que o filho corre “risco de vida no Brasil” e, por isso, resolveu mantê-lo em Portugal. O pai não especificou que risco seria esse.
O ex-juiz Pedro Fonseca e Castro, pai do menor
Reprodução
“Sempre tentei ter uma relação amistosa com o meu ex-marido. Sempre incentivei a relação do meu filho com o pai, mas fui surpreendida na hora do embarque ao Brasil quando fui avisada que meu caçula não iria voltar para o Rio. Desde então, tomei a decisão de que não voltava sem ele”, conta.
Érika estava no aeroporto de Lisboa quando recebeu a notícia. Mesmo com a guarda da criança, obtida na Justiça, ela foi até a polícia portuguesa registrar o caso e entrou com uma medida cautelar. Só fui na casa dele, em Viana do Castelo, em 8 de fevereiro, mas o Pedro não estava em casa e não pude nem entrar.
“Eu não poderia invadir a casa e pegar meu filho senão eu passaria por errada. Não ia dar certo. E não teria ninguém ao meu lado dessa forma”, conta.
Érika disse que o filho já foi matriculado em uma escola apesar de ela ter a guarda da criança.
“Recebo mensagens diariamente do meu filho pedindo para buscá-lo. Imagina como está a cabeça dele. Isso tudo está mexendo com o emocional da criança. Eu só quero tirá-lo disso o mais rápido possível e levá-lo para casa dele, no Rio, para a escola e para junto dos amigos”, afirmou.
Em uma das mensagens obtidas pelo g1, o menor se mostra preocupado com a possibilidade do pai quebrar o seu telefone celular. Em outra, pede para ficar com a mãe.
“Eu não aguento mais ficar aqui. Quero ir embora logo daqui logo. Quero ficar com você”, escreveu.
Troca de mensagens de Érika com o filho
Arquivo pessoal
Em nota, o Departamento de Cooperação Jurídica do Ministério da Justiça informou que “por meio da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus), não fornece informações sobre processos específicos de subtração internacional de crianças e adolescentes, pois constam informações pessoais que são protegidos por lei”.
Em vídeo enviado à reportagem, Érika conta que não entende o que está acontecendo.
“Eu estou ainda aguardando. A minha vida está parada no Brasil, meu filho está matriculado numa escola particular no Brasil, que eu estou pagando e ele está há duas semanas já sem aula. O meu filho menor nunca morou em Portugal, embora tenha dupla cidadania. Ele nasceu no Brasil, ele é brasileiro, nunca morou em Portugal, a residência oficial dele é no Brasil, morou a vida toda no Brasil. Às vezes que ele saiu do Brasil foram justamente para férias. Eu sou detentora da guarda unilateral dos meus filhos desde o meu divórcio, em 2016, e estou nesta luta que ainda não entendi por quê. Nem por que eu ter de esperar tanto quando eu tenho tantos documentos a meu favor.”