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Segundo ministro de Minas e Energia, sem a retomada, Eletronuclear não terá recursos para fazer o desmonte da usina e ainda sustentar a operação de outras duas em operação. Angra 3
Eletronuclear
A Eletrobras e o governo podem ter que desembolsar R$ 14 bilhões imediatamente caso as obras da usina nuclear de Angra 3 não sejam retomadas. É o que afirma o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, em reunião nesta terça-feira (18).
Silveira defende a retomada das obras da usina, em discussão pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) – órgão de assessoramento do presidente da República.
O Conselho se reuniu nesta terça-feira (18), mas não chegou a uma decisão sobre a retomada ou não das obras da usina. O tema volta à pauta no próximo encontro, ainda sem data.
Justiça mantém continuidade das obras de Angra 3
Em sua defesa da continuidade das obras, Silveira disse que os acionistas da usina – governo e Eletrobras– podem desembolsar até R$ 14 bilhões imediatamente.
“Registro que a não aprovação pelo CNPE resultará em aportes imediatos dos acionistas, incluindo a União, de até R$ 14 bilhões, onerando ainda mais a população brasileira, bem como acarretará a rescisão dos contratos com os fornecedores com todos os custos inerentes para a desmobilização”, escreveu.
O ministro também destaca que, caso o governo não aprove a conclusão de Angra 3, a Eletronuclear não terá recursos para fazer o desmonte da usina e ainda sustentar a operação das outras duas em operação, Angra 1 e 2.
“Em síntese, a ENBPar reafirma que não possui capacidade financeira própria para apoiar a Eletronuclear, e a insuficiência de recursos comprometerá a execução das ações necessárias, podendo afetar o pagamento do combustível nuclear e levar à suspensão das operações das usinas de Angra 1 e 2”, afirmou.
Além disso, a estatal ENBPar também terá que reconhecer uma despesa contábil de R$ 3,3 bilhões, referente à desvalorização dos ativos. Ao todo, o custo da desvalorização é de R$ 11 bilhões.
A conclusão de Angra 3 demanda mais R$ 20 bilhões em investimentos.
De acordo com o modelo atual, os custos de conclusão de Angra 3 seriam pagos no valor de venda da energia ao mercado regulado. Ou seja, estariam embutidos na conta de luz do consumidor residencial e rural, além de comércios e empresas menores.