O volume investido pelos brasileiros pessoas físicas somou R$ 7,3 trilhões ao final de 2024. O valor é 12,6% maior do que o registrado no fechamento do ano anterior. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (13) pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais).
Os números englobam as aplicações dos clientes do varejo tradicional, do private (investidores com mais de R$ 5 milhões aplicados) e do varejo alta renda — que foi o destaque do ano, com crescimento de 15,4%, totalizando R$ 2,57 trilhões.
O varejo tradicional avançou 13,6% e fechou o ano com um patrimônio líquido de R$ 2,43 trilhões. Juntos, os dois segmentos respondem por 68,6% do total investido pelos brasileiros. No private, responsável pela fatia restante, a alta foi de 8,7%, chegando a R$ 2,3 trilhões.
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Renda fixa se destaca, mas renda variável também cresce
A maioria desses recursos está na renda fixa, que cresceu 18% no ano e fechou 2024 com R$ 4,32 trilhões, o equivalente a 59,2% do total investido pelas pessoas físicas.
“Em um ano marcado pela Selic em alta, os produtos de renda fixa foram os grandes protagonistas em 2024, com a busca dos brasileiros por segurança, rentabilidade e liquidez. Em 2025 há uma forte tendência de se repetir o movimento do ano passado, dado que não houve alteração significativa do cenário. Mas o investidor também deve estar atendo às oportunidades de diversificação do seu portfólio como estratégia para equilibrar risco e retorno”, disse Luciane Effting, vice-presidente do Fórum de Distribuição da ANBIMA.
O montante reservado à previdência chegou a R$ 1,23 trilhão, com alta de 18,3% ante 2023. Já os investimentos em produtos de renda variável cresceram 1,3%, para R$ 992,2 bilhões. Por outro lado, a aplicação em híbridos, que incluem fundos multimercados, cambiais, imobiliários, ETFs (Exchange Traded Founds) e COEs (Certificados de Operações Estruturadas), caíram 5,8%, totalizando R$ 744 bilhões ao fim de 2024.
Na divisão por instrumento, os títulos e valores mobiliários registraram alta de 15,5%, chegando a R$ 3,35 trilhões, enquanto os fundos avançaram 8,2%, somando R$ 1,73 trilhão. No mesmo período, a poupança cresceu 5%, para R$ 971,8 bilhões.
CDB e investimentos isentos ganham espaço
Todos os títulos e valores mobiliários registraram alta, com destaque para os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), que ampliaram em 20,7% a participação no portfólio das pessoas físicas, chegando a R$ 1,04 trilhão.
O investimento em títulos isentos de imposto de renda avançou 15,5%, somando R$ 1,24 trilhão. Entre os produtos com o benefício fiscal estão:
- CRA (Certificados de Recebíveis do Agronegócio)
- CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários)
- LCA (Letras de Crédito do Agronegócio)
- LCIs (Letras de Crédito Imobiliários)
- LIGs (Letras Imobiliárias Garantidas)
- Debêntures incentivadas.
“Apesar das restrições impostas pelo Conselho Monetário Nacional na carência, lastro e perfis de emissores no início de 2024, ainda observamos um crescimento superior a Selic nesses papéis. O atual patamar da taxa de juros e o benefício da isenção de imposto contribuíram para que eles continuem sendo muito procurados pelos investidores”, explicou Effting.
As debêntures tradicionais, que não têm o benefício fiscal, registraram alta de 35,4%, totalizando R$ 47,6 bilhões. O avanço nos títulos públicos foi de 21,3%, para R$ 181,9 bilhões. As ações cresceram 4,1% para fechar o ano com um montante de R$ 732,1 bilhões.
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Fundos de renda fixa dominam carteiras
Em resposta dos investidores ao cenário econômico, os fundos de renda fixa foram um dos grandes protagonistas de 2024, respondendo por 45,6% do volume aplicado em fundos. A classe cresceu 36,5% e terminou dezembro com volume de R$ 789,6 bilhões.
Os Fundos Imobiliários registraram alta de 9,3%, somando R$ 101 bilhões. Os FIPs (Fundos de Investimento em Participações) cresceram 24,4%, para R$ 34,5 bilhões. Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direito Creditório) avançaram 90,1% e chegaram a R$ 23,1 bilhões.
“Embora o volume ainda seja baixo em relação às outras classes, os FIDCs se beneficiam da abertura desse produto para o investidor do varejo, do cenário macroeconômico que favorece o investimento em renda fixa e do aumento da demanda por crédito alternativo. Muitas empresas buscaram nos FIDCs uma alternativa para financiar suas operações, migrando do setor bancário para o de mercado de capitais. Seguiremos acompanhando esse movimento, com a expectativa de que os FIDCs avancem ainda mais”, afirmou a executiva da ANBIMA.
Na contramão, os fundos multimercados perderam 13,8% do patrimônio e fecharam 2024 em R$ 545,1 bilhões. O movimento também atingiu os fundos de ações, que registaram queda de 9,5%, para R$ 225,5 bilhões.
Investimentos por região
Todas as regiões brasileiras avançaram. O Sudeste, que segue concentrando o maior volume financeiro do país, teve alta 11,3%, totalizando R$ 4,84 trilhões. O crescimento do montante aplicado pelos investidores do Sul foi de 16,8%, para R$ 1,28 trilhão.
No Centro-Oeste, o avanço foi de 14,7%, para R$ 387,6 bilhões. O Nordeste cresceu 13,2%, chegando a R$ 663,5 bilhões, enquanto o Norte registrou alta de 16,1%, fechando o ano com 127,6 bilhões em volume de investimento.
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