Em dezembro de 2032, um asteroide recém-descoberto pode representar um risco de colisão com a Terra, segundo a Agência Espacial Europeia (ESA). Desde janeiro, a probabilidade de impacto foi ajustada de 1,2% para 2,4% e, na última atualização feita em 11 de fevereiro, passou para 2,1%. A região norte do Brasil aparece como uma das possíveis áreas afetadas, caso o evento ocorra.
O astrônomo Geovandro Nobre, fundador do Observatório Astronômico Rei do Universo (Oaru), em Manaus, acompanha o caso e esclarece que o asteroide, chamado 2024 YR4, é atualmente visível apenas por grandes telescópios devido à sua distância e luminosidade. A precisão das estimativas de impacto aumenta com mais informações sobre o tamanho, trajetória e composição do corpo celeste.
Segundo Nobre, o cálculo da probabilidade de impacto é feito a partir de simulações baseadas em astrometria, ou seja, medições precisas da posição e movimento do asteroide. Essas simulações permitem calcular a chance de o objeto colidir com a Terra, mas, inicialmente, o risco é sempre incerto.
— As primeiras observações geram uma órbita preliminar com grandes margens de erro. Por isso, usamos métodos estatísticos para testar diferentes trajetórias, e se algumas delas indicarem uma possível colisão, calculamos a probabilidade de impacto — explica o astrônomo.
Embora o risco tenha sido estimado em 2,1% para 22 de dezembro de 2032, Nobre lembra que a probabilidade pode mudar com o avanço das observações. Com mais dados, a zona de risco, que é uma área imaginária onde o asteroide pode passar, tende a ser reduzida. Caso a Terra esteja dentro dessa área, a probabilidade de impacto aumenta, mas, com mais informações, o risco pode se diminuir, como ocorreu com o asteroide Apophis, que passou de 2,7% para zero após mais observações.
Corredor de risco
Quando se projeta a zona de probabilidade sobre o planeta, é possível identificar o “corredor de risco”, ou seja, as regiões da Terra que poderiam ser atingidas pelo asteroide, caso o impacto ocorra. Projeções indicam que o asteroide 2024 YR4 poderia atingir áreas da América Latina, África e Ásia, com uma chance maior de atingir o norte do Brasil, especificamente no norte de Roraima ou Amapá.
O especialista alerta que, mesmo com o menor tamanho estimado do asteroide, entre 40 e 90 metros, os danos seriam devastadores se o impacto ocorresse em uma grande cidade.
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