O programa Pé-de-Meia, que oferece um auxílio financeiro de R$ 2 mil para alunos de baixa renda do ensino médio, enfrenta desafios significativos em relação ao seu financiamento. A continuidade deste benefício depende de ajustes no Orçamento de 2025, conforme apontado pelo ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes. Recentemente, ele se reuniu com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e da Educação, Camilo Santana, para discutir o bloqueio de quase metade dos recursos destinados ao programa para o ano corrente.
Durante o encontro, Nardes enfatizou a importância do diálogo para encontrar soluções viáveis. Ele destacou que o tribunal não é contrário ao programa, mas que é necessário ajustá-lo dentro do Orçamento. A inclusão do Pé-de-Meia no Orçamento de 2025 é vista como um ponto central para garantir sua continuidade, enquanto o TCU busca superar o impasse com o governo e o Congresso.
Como o Pé-de-Meia é financiado?
A legislação que instituiu o Pé-de-Meia prevê seu financiamento por meio do Fundo de Incentivo à Permanência no Ensino Médio (Fipem), administrado pela Caixa Econômica Federal. Este fundo pode receber recursos tanto do Orçamento vigente quanto do Fundo Garantidor de Operações (FGO) e do Fundo de Garantia de Operações de Crédito Educativo (Fgeduc). No entanto, a utilização desses fundos sem passar pela conta única do Tesouro Nacional levantou preocupações sobre o cumprimento do limite de gastos do arcabouço fiscal.
O subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, do Ministério Público junto ao TCU, apresentou uma ação que resultou no bloqueio de R$ 6 bilhões dos R$ 13 bilhões previstos para o programa em 2024. A decisão foi mantida pelo plenário do TCU, apesar do recurso apresentado pela Advocacia-Geral da União (AGU).
Quais são as implicações para o orçamento de 2025?
O governo defende a inclusão do Pé-de-Meia no Orçamento de 2026, mas o TCU pressiona para que isso ocorra já no Orçamento deste ano, que ainda aguarda votação no Congresso. A inclusão antecipada é vista como uma forma de garantir a legalidade e a continuidade do programa, que atualmente beneficia cerca de 4 milhões de estudantes.
![Governo busca ajustes para liberar recursos do Pé-de-Meia](https://monitordomercado.com.br/wp-content/uploads/2024/09/estudantes_1727292712242-1024x576.jpg)
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou argumentos ao TCU defendendo a legalidade do sistema de financiamento atual. Ele destacou a importância de atender às exigências técnicas do tribunal enquanto se busca assegurar a continuidade do programa.
Qual é o futuro do Programa Pé-de-Meia?
O futuro do Pé-de-Meia depende de negociações contínuas entre o TCU, o governo e o Congresso. O ministro Augusto Nardes está em diálogo com diversos atores políticos, incluindo os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, para encontrar uma solução que permita a modulação da decisão do tribunal.
O programa é considerado crucial para o apoio a estudantes de baixa renda, e sua continuidade é uma prioridade para o governo. No entanto, ajustes orçamentários são necessários para garantir que o financiamento esteja conforme as normas fiscais vigentes.
O Pé-de-Meia enfrenta um momento crítico em sua trajetória, com desafios significativos em relação ao seu financiamento e à sua inclusão no Orçamento. O diálogo entre o TCU, o governo e o Congresso será essencial para encontrar uma solução que permita a continuidade deste importante programa educacional.
O post Governo busca ajustes para liberar recursos do Pé-de-Meia apareceu primeiro em Monitor do Mercado.