Inflação dos EUA sobe 0,5% em janeiro e acumula 3% no ano

A inflação dos EUA registrou uma alta de 0,5% em janeiro, de acordo com os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho nesta quarta-feira (12). Em 12 meses, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acumulou um aumento de 3%, superando as expectativas do mercado.

A mediana das projeções coletadas pelo Broadcast indicava um aumento mensal de 0,3% e anual de 2,9%. No entanto, a inflação veio acima dessas estimativas, indicando um começo de ano desafiador para a economia norte-americana.

Setores que mais impactaram a inflação

Os setores de energia e alimentação foram os principais responsáveis pelo avanço da inflação dos EUA em janeiro:

  • Energia: aumento de 1,1% no mês;
  • Gasolina: alta de 1,8% em janeiro;
  • Alimentação: crescimento de 0,4%;
  • Alimentação em casa: avanço de 0,5%;
  • Alimentação fora de casa: crescimento de 0,2%.

Já o núcleo da inflação, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, subiu 0,4% em janeiro e acumulou 3,3% no período de 12 meses. As expectativas eram de 0,3% e 3,1%, respectivamente.

Comparativo com dezembro e projeções futuras

Em dezembro, o CPI havia registrado uma alta de 0,4%, enquanto o núcleo da inflação subiu 0,2%. O aumento registrado em janeiro reforça a preocupação com possíveis ajustes na política monetária dos EUA.

Os analistas agora avaliam o impacto desses dados sobre as futuras decisões do Federal Reserve (Fed). Se a inflação continuar surpreendendo para cima, o banco central norte-americano pode adiar cortes na taxa de juros, frustrando as expectativas do mercado.

Riscos inflacionários no radar

A alta da inflação dos EUA ocorre em meio a um cenário de incerteza econômica, amplificado por novas políticas comerciais do presidente Donald Trump. Nesta semana, Trump assinou decretos impondo tarifas de 25% sobre importações de aço e alumínio, afetando países como Canadá, México e Brasil.

Além disso, a China já reagiu a essas medidas com sanções comerciais contra os EUA. Caso as disputas comerciais se intensifiquem, o impacto sobre a inflação pode ser ainda maior.

Impactos no mercado financeiro

A reviravolta na inflação dos EUA também afetou os mercados financeiros. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, caiu quase 2% após a divulgação dos dados, refletindo a preocupação global com a política monetária dos EUA.

Já os bancos estão sob atenção. O Goldman Sachs, por exemplo, recomendou venda para as ações do Bradesco (BBDC4), que fecharam o dia em forte queda.

Inflação dos EUA sobe

Com o CPI acima das expectativas e riscos inflacionários crescentes, os investidores devem monitorar de perto os próximos movimentos do Fed e as decisões do governo dos EUA sobre tarifas. Caso a inflação continue pressionada, os cortes de juros tão esperados pelo mercado podem ser adiados, afetando a economia global.

A próxima divulgação do CPI, prevista para o mês seguinte, será crucial para entender se a inflação dos EUA segue em aceleração ou se foi apenas um evento pontual.

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