Vendas da aviação de negócios cresceram 15% nos últimos oito anos

As vendas de aeronaves de negócios (helicópteros, jatos executivos, etc.) cresceram 14,6% nos últimos oito anos e atingiram pico em 2024, quando cerca de 10,8 mil novas aeronaves foram comercializadas, segundo dados compilados pela Abag (Associação Brasileira de Aviação Geral).

Em 2017, começo da série histórica da entidade, o setor havia comercializado 9.465 aeronaves do tipo. Até 2022, as vendas se mantinham abaixo da marca das 10 mil aeronaves por ano. Em 2023, porém, a Abag registrou a comercialização de 10,1 mil aeronaves, crescimento de 4% em relação a 2022, e 10,8 mil no ano passado -o recorde da série histórica.

A aviação geral (ou aviação de negócios) engloba tudo o que não é linha aérea regular, como aviões particulares, helicópteros, jatos executivos, táxi aéreo, aviação agrícola e aeronaves das escolas de aviação e aeroclubes.

Ao longo de 2024, o aumento da frota foi puxado, principalmente, por modelos turboélices, com 2.074 unidades comercializadas e alta de 17% em relação a 2023. Menores e mais econômicos, modelos desse tipo são os mais utilizados para voos de curta e média distância e são os preferidos por quem precisa acessar aeroportos regionais ou locais com pistas pequenas.

Em seguida, ficaram os jatos, com 980 aeronaves comercializadas (alta de 15% na mesma base comparativa), os helicópteros turbina, com 1.300 aeronaves vendidas (alta de 8%), aviões à pistão, com 6.035 novas aeronaves no mercado (alta de 2%) e helicópteros à pistão, com 244 aeronaves (alta de 1%).

Segundo a Abag, os mercados com a maior concentração de novas aeronaves estão nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, onde é maior a circulação empresarial e onde está boa parte do agronegócio brasileiro.

Flavio Pires, CEO da entidade, afirma que o sistema de navegação aérea brasileira é um dos mais seguros do mundo, com uma regulação aprimorada e que segue as melhores práticas da aviação de outros mercados, principalmente o americano, que conta com infraestrutura aprimorada.

Ele afirma que casos recentes de quedas de aviões, como o acidente na Barra Funda, em São Paulo, são vistos no setor como corriqueiros e que seguem uma média histórica de acidentes registrados pelo Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), sempre próximos dos 160 acidentes por ano.

No ano passado, o Cenipa contabilizou 175 acidentes, sendo 44 deles fatais, o terceiro maior registro dos últimos dez anos. Isso fez com que o índice de fatalidades, que mede o número de mortes por quantidade de acidentes, tenha dobrado, chegando a 86,9%, ante 49,7% em 2023.

Ao todo, 152 pessoas morreram em acidentes com aeronaves em 2023. Neste ano, oito pessoas morreram em 21 acidentes.

Os dados do Cenipa incluem aviões comerciais e aeronaves da aviação geral também.
Para diminuir o número de acidentes com aeronaves, a entidade defende uma revisão em buracos da regulação que permitem que pilotos com baixa experiência possam conduzir aeronaves de pequeno porte. Nesses casos, a certificação para pilotar uma aeronave é cerca de 5% do total de horas que um piloto de aeronave de grande porte precisa para obter a licença.

Parte dos acidentes, afirma o CEO da Abag, é decorrente de falhas humanas e poderiam ser corrigidas com maior tempo de treinamento e exigências para a pilotagem aérea.
“Hoje, se você começar numa empresa para operar voos comerciais, tem que ter 5.000 horas de voo, sendo que dessas horas, 1.500 horas são no equipamento. Depois, você vai ser requalificado e não vai pilotar se não tiver condição de simulador, de emergência, voando com o piloto-chefe do lado. Por isso é seguro”, afirma Flavio Pires.
(Folhapress)

O post Vendas da aviação de negócios cresceram 15% nos últimos oito anos apareceu primeiro em O Estado CE.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.