O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial, divulgado nessa terça-feira (11/02) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou desaceleração no início de 2025. Em dezembro de 2024, a taxa foi de 0,65%, enquanto em janeiro deste ano caiu para 0,11%. A variação nacional também refletiu essa tendência, com um índice de 0,16% no período. No acumulado de 12 meses, a Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) registrou um índice de 4,32%, inferior à média nacional de 4,56%.
Entre os setores analisados, destacaram-se as quedas nos grupos de Habitação (-2,94%), Vestuário (-0,36%) e Comunicação (-0,02%) na RMF. Por outro lado, os maiores aumentos foram observados em Alimentação e Bebidas (1,25%), Despesas Pessoais (1,24%) e Transportes (0,9%). O resultado reflete um início de ano com alívio nos custos de habitação, mas com pressão nos preços dos alimentos e serviços pessoais.
O Índice de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para famílias com renda de até cinco salários mínimos, também mostrou desaceleração. Em janeiro de 2025, a variação foi de 0,09% na RMF, menor que os 0,63% registrados no mesmo mês do ano anterior. No acumulado de 12 meses, o INPC ficou em 4,20%, abaixo dos 4,76% observados nos 12 meses anteriores.
Construção civil
Se a inflação dá sinais de moderação, o mesmo não pode ser dito para os custos da construção civil. De acordo com o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (Sinapi), também divulgado pelo IBGE, os custos da construção no Ceará cresceram 1,39% em janeiro, bem acima da média nacional de 0,51%. Esse aumento representa uma elevação expressiva em relação a dezembro de 2024, quando a variação foi de apenas 0,04%.
No acumulado de 12 meses, a alta no custo da construção no estado foi de 5,84%, superando os 5,18% registrados no período anterior. O preço do metro quadrado subiu de R$ 1.663,69 em dezembro para R$ 1.686,77 em janeiro, sendo R$ 1.035,82 referentes a materiais e R$ 650,95 à mão de obra. O aumento dos custos tem sido impulsionado por reajustes salariais e pela maior demanda por materiais de construção.
A Região Nordeste foi a que apresentou a maior variação regional (0,61%), impulsionada por aumentos em oito dos nove estados, com destaque para o Piauí (2,07%). Outras regiões também tiveram elevações, mas em menor intensidade: Norte (0,48%), Sudeste (0,55%), Sul (0,38%) e Centro-Oeste (0,30%).
Na avaliação do economista e sócio da Repense Inteligência Financeira, Bruno Henrique, esse alívio pode ser temporário. “O principal motivo da queda foi a redução na conta de luz, graças a um desconto especial chamado Bônus de Itaipu, que ajudou a baratear os gastos com energia elétrica. Além disso, o setor de roupas e calçados ficou mais barato devido às tradicionais promoções de início de ano, e os preços de alguns serviços de comunicação, como telefonia e internet, tiveram pequenas quedas”, disse. Por outro lado, segundo ele, os preços dos alimentos e do transporte continuam subindo, o que pode pressionar a inflação novamente em breve.
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