Prefeitura de São Paulo informou que retirou 800 toneladas de material e resíduos e que equipes trabalham na limpeza dos bairros. Após uma semana embaixo d’água, Jardim Pantanal tem lixo espalhado pelas ruas
Após mais de uma semana embaixo d’água, os moradores do Jardim Pantanal, na Zona Leste de São Paulo — que ainda estão se recuperando da enchente — enfrentam um novo problema nesta segunda-feira (10): o lixo.
As enchentes não são novidades pela região, formada por 13 bairros, e já fazem parte do cotidiano dos moradores desde os anos 80. (Leia mais abaixo.)
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Segundo as famílias, a água baixou somente no domingo (9), quando os estragos puderam ser contabilizados. As mobílias e os eletrodomésticos estragados foram retirados das casas afetadas pelas fortes chuvas e colocados nas ruas.
A dona de casa Patrícia Alves da Silva contou à TV Globo que perdeu tudo durante a enchente e que “não sobrou nada”, sendo necessários de três a quatro caminhões para retirar o entulho e o lixo.
A autônoma Maria Lindinavla Batista também afirmou que perdeu a cama, três guarda-roupas e a metade de um armário na enchente.
“Estou dormindo no chão com os colchões que eu peguei da prefeitura. Agora, está na mão de Deus. Esperando doações […] Não estamos em condições de comprar a cama”, contou.
Na quinta (6), o g1 visitou o Jardim Pantanal e encontrou uma família ilhada, morando no telhado da residência. Improvisada com material de feira, uma grande barraca armada no teto abrigava Vânia Alves e os cinco netos. (Leia mais aqui.)
Procurada, a Prefeitura de São Paulo informou que retirou 800 toneladas de material e resíduos e que equipes trabalham na limpeza dos bairros.
A administração municipal ainda disse que está ajudando os moradores com um cartão emergencial de R$ 1 mil e com doações de alimentos, água e colchões.
Entulho se aglomera nas ruas do Jardim Pantanal após enchente
Reprodução/TV Globo
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Por que o Jardim Pantanal alaga?
O distrito tem 45 mil moradores, fica dentro do Jardim Helena e é uma área de várzea na divisa com Guarulhos. Localizada na beira do Rio Tietê, a área é onde justamente o rio corre devagar e faz curvas.
A região deveria ser uma Área de Proteção Ambiental (APA), em que são proibidas construções de casas e ruas. Contudo, a ocupação irregular e desordenada da cidade transformou a região em um bairro de muitas famílias e comunidades.
Os primeiros moradores chegaram à área ainda na década de 80. Nos anos 2000, a situação se agravou com o aumento da ocupação irregular da região.
Sem conseguir retirar os moradores do local, o poder público começou a levar infraestrutura para as margens do rio e construiu conjuntos habitacionais, escolas e piscinões ao longo das últimas décadas.
Em uma grande enchente, no ano de 2009, o bairro ficou alagado por mais de 20 dias. A situação foi registrada pela TV Globo na época.
Em 2020, o então governador João Doria, ex-PSDB, entregou uma espécie de barreira para tentar segurar as enchentes.
Já o prefeito reeleito Ricardo Nunes (MDB) disse no ano passado que R$ 400 milhões serão investidos em obras — entre elas, drenagem para prevenir cheias na região.
Jardim Pantanal: moradores do bairro às margens do Rio Tietê esperam solução para alagamento que completou 4 dias
Jornal Nacional/ Reprodução
