O dólar à vista fechou esta sexta-feira (7) em alta de 0,52%, a R$ 5,79. O movimento foi impulsionado pela cautela no mercado global após declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre novas tarifas comerciais.
Além disso, falas do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, sobre um possível reajuste do Bolsa Família adicionaram incerteza ao cenário doméstico.
Tarifa dos EUA gera aversão ao risco
As declarações de Trump sobre a possibilidade de impor tarifas recíprocas aos parceiros comerciais dos EUA provocaram uma valorização global do dólar. O protecionismo econômico aumenta o risco de inflação nos Estados Unidos, o que reduz as expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed).
Com isso, as moedas de países emergentes foram pressionadas. Pela manhã, o real chegou a se valorizar, mas perdeu força no decorrer da sessão.
Impacto do Bolsa Família no câmbio
No cenário interno, declarações do ministro Wellington Dias sobre um possível reajuste do Bolsa Família geraram preocupações fiscais. Dias mencionou a possibilidade de um aumento no benefício para compensar a alta dos alimentos.
Fontes da equipe econômica, no entanto, afirmaram que não há espaço orçamentário para essa medida e que um reajuste poderia pressionar ainda mais a inflação. Essa incerteza contribuiu para a piora do real na reta final dos negócios.
Perspectivas para o real
Em entrevista ao Estadão Broadcast, o economista-chefe da Integral Group, Daniel Miraglia, destacou que, apesar da valorização do dólar nesta sexta-feira, o real acumula queda de 6,26% no ano.
Ele avalia que a trajetória da moeda brasileira em 2025 dependerá mais de fatores internos do que externos, mencionando o impacto da popularidade do presidente Lula nas perspectivas do mercado.
No exterior, a atenção segue voltada para os dados da economia americana e as políticas de Trump. O relatório de emprego (payroll) indicou geração de 143 mil vagas em janeiro, abaixo do esperado, mas com revisões positivas nos meses anteriores.
A inflação projetada pelo consumidor também aumentou, reforçando dúvidas sobre o corte de juros pelo Fed.
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