O Bradesco (BBDC4) registrou um lucro líquido recorrente de R$ 5,4 bilhões no quarto trimestre de 2024, representando um crescimento de 87,7% em relação ao mesmo período de 2023. No acumulado do ano, o banco lucrou R$ 19,5 bilhões, um aumento de 20% na comparação anual.
O resultado positivo para o ano reflete a recuperação das margens do banco e o crescimento no crédito, além da incorporação da Cielo, que impulsionou as receitas com serviços, que aumentaram 13,7% em um ano, para R$ 10,2 bilhões.
Nesta manhã, os papéis preferenciais (BBDC4) e ordinários (BBDC3) abriram o pregão entre as maiores quedas da Bolsa, devido ao balanço sem surpresas e já precificado nos últimos dias. Por volta das 10h30, BBDC3 caia 1,42%, a R$ 11,06, enquanto o BBDC4 despenca 2%, a R$ 12,21.
Carteira de crédito em alta e inadimplência em queda
A carteira de crédito do Bradesco fechou o trimestre em R$ 981,6 bilhões, um avanço de 11,9% em um ano e de 4% no trimestre. O principal destaque foi o crédito para grandes empresas, que cresceu 17,9% em um ano, atingindo R$ 314,7 bilhões.
A inadimplência, considerando atrasos superiores a 90 dias, caiu 1,1 p.p. em um ano, chegando a 4,0%.
Receitas e despesas operacionais
A margem financeira total, que reflete os ganhos do banco com operações de crédito e tesouraria, subiu 5,4% na comparação anual, atingindo R$ 16,9 bilhões no trimestre. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) foi de 12,7% no trimestre, um avanço de 5,8 pontos percentuais (p.p.) em um ano e 0,3 p.p. no trimestre.
O presidente do Bradesco, Marcelo Noronha, destacou que o banco maximizou oportunidades de crescimento em segmentos de alta margem líquida, garantindo um resultado R$ 2 bilhões acima do centro das projeções. O total de ativos do banco cresceu 8,3% no ano, alcançando R$ 2,1 trilhões.
A divisão de seguros do Bradesco, o Bradesco Seguros, registrou lucro líquido de R$ 9,1 bilhões em 2024, o maior da série histórica da empresa, com alta anual de 0,8%. No quarto trimestre do ano, o montante alcançou R$ 2,5 bilhões, crescimento de 6,6% frente ao trimestre anterior.
Perspectivas do Bradesco para 2025
No balanço, o Bradesco divulgou suas projeções (guidance) para 2025, apontando um crescimento mais cauteloso diante do cenário econômico desafiador. A expectativa é que a carteira de crédito avance entre 4% e 8%, acompanhando o ritmo do mercado. A margem financeira líquida deve ficar entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões, refletindo a estratégia de equilíbrio entre crescimento e rentabilidade.
As receitas de prestação de serviços e seguros devem crescer de 4% a 8%, impulsionadas por novos produtos e maior eficiência operacional. Já as despesas operacionais podem aumentar entre 5% e 9%, alinhadas ao investimento em tecnologia e inovação. O resultado de seguros, previdência e capitalização deve ter alta de 6% a 10%, reforçando a importância desse segmento para o banco.
O Bradesco também anunciou novas iniciativas estratégicas, incluindo a criação de uma diretoria de agronegócio, a compra de 50% do banco John Deere e o lançamento do Bradesco Principal, segmento voltado para clientes de alta renda. A meta é atingir 500 mil clientes nesse segmento até o fim do ano.
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