Mais de 150 prisioneiras foram estupradas e queimadas vivas durante uma fuga em massa na prisão de Muzenze, em Goma, no leste da República Democrática do Congo. O ataque ocorreu na semana passada, quando detentos em fuga incendiaram a penitenciária, segundo Seif Magango, porta-voz do Escritório de Direitos Humanos da ONU.
Cerca de 13 detentas conseguiram sobreviver ao incêndio, mas todas elas também foram vítimas de estupro, informou Magango, citando uma fonte judicial no país.
A fuga foi planejada por prisioneiros no dia 27 de janeiro, em meio aos confrontos entre o grupo rebelde M23 e as forças congolesas pelo controle da cidade. Durante a ação, alguns fugitivos foram mortos por guardas da prisão, mas mais de quatro mil conseguiram escapar. A penitenciária foi totalmente esvaziada e ficou em ruínas, segundo a Rádio Okapi, da ONU.
Os estupros e assassinatos em massa reforçam o padrão de violência sexual relacionada ao conflito, que assola a República Democrática do Congo há décadas. Nesta sexta-feira (7), o Escritório de Direitos Humanos da ONU afirmou ter recebido informações sobre outros casos de violência sexual envolvendo o próprio exército congolês e suas forças aliadas.
“Estamos verificando relatos de que 52 mulheres foram estupradas por tropas congolesas em Kivu do Sul, incluindo casos de estupro coletivo”, declarou Jeremy Laurence, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
Enquanto isso, o grupo rebelde M23, que alega ter tomado Goma, pediu um cessar-fogo humanitário imediato após intensos confrontos com o governo, que já deixaram quase três mil mortos.
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