A empresa Lavoro, uma importante distribuidora de insumos agrícolas, registrou um prejuízo líquido de R$ 267,1 milhões no primeiro trimestre do ano fiscal de 2025. Esse montante representa um aumento significativo em comparação ao prejuízo de R$ 71 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. O aumento do prejuízo foi atribuído principalmente a um impacto negativo de R$ 152,1 milhões em ativos fiscais diferidos, além de um acréscimo de R$ 60,7 milhões nos custos financeiros.
De acordo com o CEO Ruy Cunha, processos de recuperação judicial, incluindo o de um grande varejista agrícola, aumentaram a aversão ao risco entre fornecedores e instituições financeiras. Isso resultou em um aperto nas condições de financiamento de estoques, afetando não só a Lavoro, mas também outras empresas do setor. Embora as condições financeiras tenham se tornado desafiadoras, estratégias de mitigação estão sendo implementadas para enfrentar os desafios.
O impacto do fechamento de lojas
Durante uma reunião com acionistas, Cunha anunciou que cerca de 70 lojas serão fechadas no Brasil devido a razões mercadológicas e sobreposição em determinadas regiões. Este fechamento representa uma redução de aproximadamente 10% nas vendas do segmento de distribuição da empresa no país, que contava com 187 lojas. A decisão visa otimizar a rede de varejo e reduzir custos fixos, medidas que já estão em andamento e devem gerar resultados positivos no futuro próximo.
Como a lavoro planeja se recuperar?
Para enfrentar a redução de receita e estabilizar suas finanças, a Lavoro revisou suas projeções para o ano fiscal de 2025. A receita consolidada agora é estimada entre R$ 6,5 bilhões e R$ 7,5 bilhões, uma revisão para baixo em relação às expectativas anteriores. A empresa também não espera crescimento no Ebitda ajustado para o ano, mas está focada na contenção de custos como uma forma de mitigação.
As iniciativas incluem a otimização de custos com pessoal, provisões para inventário e a racionalização de despesas operacionais. Essas ações são vistas como essenciais para enfrentar a deflação dos preços de insumos no Brasil e as limitações de crédito no setor.
Segmentos em destaque
Apesar das dificuldades, a margem bruta da Lavoro cresceu 3,2 pontos percentuais, atingindo 15,6%, o que indica melhores condições de distribuição no varejo agrícola. O Crop Care destacou-se como um segmento positivo, com um aumento de 68% na receita, somando R$ 293,7 milhões. Este crescimento foi impulsionado pelo bom desempenho das subsidiárias Union Agro e Perterra.
Por outro lado, o varejo agrícola no Brasil sofreu uma redução de 23% na receita, impactado pelas dificuldades no financiamento de estoques e restrições de crédito. Este cenário reflete a complexidade do mercado agrícola atual, onde empresas como a Lavoro precisam se adaptar e buscar inovações para permanecer competitivas.
Perspectivas para o futuro
As medidas de ajuste e otimização da Lavoro são um reflexo da necessidade de adaptação às condições econômicas e de mercado em transformação. O foco na redução de custos e na melhoria da eficiência operacional são passos essenciais para que a empresa possa se estabilizar financeiramente e retomar o crescimento em médio e longo prazos. A performance dos segmentos de Crop Care e a melhoria na margem bruta mostram que existem caminhos viáveis para o futuro da Lavoro.
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