O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) deve continuar em desaceleração em agosto, influenciado principalmente pela queda nos preços administrados, como energia elétrica e gasolina. A avaliação é do economista da Fundação Getulio Vargas (FGV) e coordenador do índice, André Braz.
Apesar do cenário positivo no curto prazo, Braz alerta que a inflação acumulada em 12 meses está próxima do teto da meta, alcançando 4,43% nesta última leitura.
Desaceleração e perspectivas
Segundo Braz, o IPC-S já mostrou uma desaceleração significativa em relação ao início do mês, quando a inflação estava perto de 5%, chegando a 4,91%. “A inflação está desacelerando, mas ainda é um número elevado, muito longe da meta de inflação”, observa o economista.
O mercado de trabalho aquecido tem impulsionado a demanda por serviços, como mensalidades de TV por assinatura e serviços bancários, que têm mostrado avanço nas últimas leituras do IPC-S. No entanto, Braz pondera que aumentar os juros neste momento pode não ser eficaz para conter o consumo e a inflação.
Posicionamento do Banco Central
O Banco Central já sinalizou que um aumento de juros não está descartado, dado o cenário inflacionário. Contudo, Braz acredita que não há necessidade de um novo aumento de juros neste momento, argumentando que essa decisão seria mais para reforçar o compromisso do BC em atingir a meta de inflação. “Se o Banco Central optar por não aumentar os juros, acredito que ainda há espaço para a desaceleração da inflação, embora de forma mais lenta”, acrescenta o economista.
Braz também alerta para outros fatores que podem aumentar o cenário de risco, como desvalorizações cambiais, que poderiam pressionar a inflação.
Projeções para os próximos meses
Para os próximos meses, a expectativa é que o IPC-S recue 0,1% em agosto. No entanto, a partir de setembro, o índice pode voltar a acelerar, com o aumento esperado no preço do cigarro, que deve subir cerca de 30% em setembro e outubro.
Para 2024, Braz projeta que esse item poderá impactar o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em aproximadamente 0,15 ponto percentual. Além disso, serviços, alimentação e energia elétrica continuarão a ser monitorados como potenciais fatores de pressão inflacionária.
Imagem: Piqsels
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