A Embraer surpreendeu o mercado nesta quarta-feira (5) ao anunciar o maior contrato da sua história na aviação executiva. O acordo foi fechado com a Flexjet, líder global em aviação executiva, e envolve uma encomenda de 182 jatos, com a opção de mais 30 unidades adicionais, totalizando um valor estimado de US$ 7 bilhões.
A notícia provocou uma forte reação no mercado financeiro. As ações da Embraer abriram o dia com alta de quase 9% e, por volta das 15h40, já acumulavam uma valorização de 15%, sendo negociadas a R$ 62,70 na B3. Nos últimos 12 meses, os papéis da empresa já registram uma alta de 176%, impulsionados pelo crescimento da demanda e a crise de concorrentes como a Boeing.
Impacto do contrato no mercado
O pedido da Flexjet inclui modelos de destaque da Embraer, como o Praetor 600, Praetor 500 e o Phenom 300E, além de um pacote completo de serviços e manutenção. O contrato praticamente triplica o backlog da fabricante brasileira, que já somava US$ 4,4 bilhões ao final do terceiro trimestre de 2024.
Analistas do mercado, como Lucas Marquiori, do BTG Pactual, destacaram o impacto positivo da encomenda, ressaltando o preço médio elevado por aeronave, o que indica uma forte rentabilidade para a Embraer. O Citi também considerou o pedido um “forte voto de confiança” na qualidade e confiabilidade dos produtos da empresa.
Aviação executiva em alta
O contrato da Flexjet se soma a uma encomenda anterior da NetJets, no valor de US$ 5 bilhões, fechada em 2023. Juntas, as duas empresas respondem por cerca de 400 pedidos de aeronaves, o que representa três a quatro anos de produção da Embraer em sua unidade de Melbourne, na Flórida.
O desempenho positivo da Embraer ocorre em um momento em que a empresa se consolida como uma das líderes no segmento de aviação executiva, enquanto concorrentes enfrentam desafios operacionais. O cenário é reforçado pela crise da Boeing, que ainda lida com os impactos de acidentes envolvendo seus principais modelos de aviação comercial.
