O mercado de trabalho dos Estados Unidos mostrou sinais de desaceleração em dezembro, com o número de vagas de emprego nos EUA caindo para 7,6 milhões, conforme dados divulgados pelo Departamento do Trabalho nesta terça-feira (4). A queda foi mais acentuada do que o esperado pelos economistas, que projetavam um total de 8,01 milhões de vagas abertas no período.
Mercado de trabalho desacelera, mas contratações se mantêm
Segundo o relatório JOLTS (Job Openings and Labor Turnover Survey), a queda de 556.000 vagas em dezembro representa um sinal de menor demanda por mão de obra. No entanto, as contratações permaneceram resilientes, subindo para 5,46 milhões, em comparação com os 5,37 milhões de novembro.
As demissões, por outro lado, permaneceram praticamente inalteradas, com 1,8 milhão de desligamentos no mês. O mercado de trabalho americano ainda mostra força, impulsionado pelo baixo volume de demissões, mas as empresas parecem mais cautelosas na abertura de novas posições após um período de forte recuperação pós-pandemia.
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Expectativa para os próximos relatórios econômicos
Os dados do JOLTS fazem parte de uma série de indicadores que serão divulgados nesta semana, culminando com o relatório de folha de pagamento não agrícola, previsto para sexta-feira (7). A projeção dos analistas é de que a economia dos EUA tenha adicionado 154.000 novos postos de trabalho em janeiro, abaixo dos 256.000 registrados em dezembro. A taxa de desemprego deve se manter estável em 4,1%.
A desaceleração do mercado de trabalho pode ser um fator decisivo para futuras decisões do Federal Reserve (Fed) sobre a política monetária do país.
Impacto na política monetária do Federal Reserve
Em sua última reunião, realizada em janeiro, o Federal Reserve optou por manter as taxas de juros na faixa de 4,25% a 4,5%, aguardando novos dados econômicos antes de tomar decisões sobre eventuais cortes nas taxas de empréstimos.
A decisão reflete a postura de cautela do banco central, que busca avaliar os impactos das mudanças recentes na política monetária e as incertezas econômicas sob a nova administração do presidente Donald Trump.
Caso o mercado de trabalho continue esfriando e os dados de inflação mostrem queda consistente, o Fed poderá considerar reduções nas taxas de juros ao longo de 2025 para estimular o crescimento econômico.
Setores mais impactados pela queda das vagas de emprego nos EUA
A redução nas vagas de emprego nos EUA foi mais acentuada nos setores de varejo, tecnologia e manufatura, refletindo uma demanda mais fraca no final do ano. Grandes empresas de tecnologia já vinham anunciando cortes de custos e congelamento de contratações, enquanto o setor manufatureiro enfrenta desafios devido a tensões comerciais e à valorização do dólar.
Por outro lado, os setores de saúde e serviços profissionais continuaram apresentando crescimento nas contratações, sustentando parte da recuperação do mercado de trabalho.
Como o mercado de trabalho pode influenciar a economia dos EUA em 2025?
O esfriamento gradual do mercado de trabalho pode ter impactos significativos na economia americana ao longo de 2025. Com menos vagas disponíveis, os trabalhadores podem perder parte do poder de barganha salarial, reduzindo o ritmo de crescimento dos salários. Isso, por sua vez, pode afetar o consumo e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
Além disso, um mercado de trabalho menos aquecido pode aliviar pressões inflacionárias, ajudando o Fed a tomar decisões mais assertivas sobre os juros. O equilíbrio entre oferta e demanda de mão de obra será essencial para determinar o ritmo da economia nos próximos meses.
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Conclusão
A queda nas vagas de emprego nos EUA para 7,6 milhões em dezembro sinaliza um mercado de trabalho que segue resiliente, mas apresenta sinais de desaceleração. Com as contratações ainda estáveis e as demissões controladas, os investidores e economistas aguardam os próximos relatórios de folha de pagamento e desemprego para avaliar os rumos da economia americana em 2025.
O Federal Reserve seguirá atento a esses dados para definir a trajetória da política monetária, considerando possíveis cortes nas taxas de juros nos próximos meses. Enquanto isso, setores como varejo e tecnologia enfrentam desafios, enquanto saúde e serviços profissionais seguem impulsionando o mercado de trabalho.
A economia dos EUA entra em um ano de transição, onde as decisões políticas e econômicas terão impacto direto na recuperação do mercado de trabalho e no crescimento futuro do país.
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