O dólar à vista fechou a primeira sessão de fevereiro em queda de 0,35%, a R$ 5,81. Durante a sessão, a moeda chegou a esboçar a quebra do piso de R$ 5,81, mantendo a tendência de baixa iniciada em janeiro, quando acumulou recuo de 5,56%.
A volatilidade do dia foi influenciada pelo noticiário em torno das tarifas de importação anunciadas pelo governo de Donald Trump. Pela manhã, a moeda subiu até R$ 5,9053, acompanhando a valorização global do dólar, após a confirmação de tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá e de 10% para a China, com vigência a partir de 4 de fevereiro.
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Adiamento de tarifas e impacto no real
No início da tarde, o real se fortaleceu após a presidente do México, Claudia Sheinbaum, anunciar o adiamento das tarifas por um mês. A informação foi confirmada pelo próprio Trump, impulsionando a recuperação do peso mexicano e de outras moedas latino-americanas.
Em entrevista ao Estadão Broadcast, Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank, explicou que o real tem se beneficiado do fluxo de entrada de capital devido à taxa de juros elevada do Brasil.
A moeda brasileira também se aproximou do comportamento de outras divisas emergentes, após um período de descolamento em dezembro, motivado pela incerteza fiscal e pela remessa de recursos ao exterior.
Dólar no exterior e perspectivas para os juros nos EUA
O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, chegou a 109,881 pontos pela manhã, mas reduziu os ganhos ao longo do dia, ficando próximo de 109,000 pontos no fechamento.
A política comercial de Trump tem gerado preocupação entre investidores sobre seus impactos na inflação dos EUA. Caso as tarifas aumentem os preços, o Federal Reserve pode ter menos espaço para cortar os juros este ano.
Susan Collins, presidente do Fed de Boston, defendeu uma postura “paciente” em relação à política monetária, enquanto Raphael Bostic, presidente do Fed de Atlanta, reiterou que os juros podem cair, mas sem pressa.
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