Causa espécie a independência dos três poderes – como prevê a Constituição Federal – o aliciamento de deputados e senadores para apoio ao atual governo, em troca da liberação das chamadas “emendas parlamentares”. Sempre achei estranho um governo comprar parlamentares, pois estes foram eleitos para trabalhar em favor do povo e da nação. E um complicador a mais: o atual governo inchou a máquina burocrática para acomodar seus “apoiadores”. O que gerou um aumento acachapante das despesas públicas. Os petistas pensam que o tesouro nacional é um poço inesgotável de dinheiro vindo de arrecadação. Temos hoje 40 ministérios. Uma coisa surreal e inédita entre as demais nações sérias do mundo. Lembrando que os Estados Unidos, a maior economia do planeta, têm apenas 15 ministérios, que lá chamam de “secretarias”.
O ministro mais importante de qualquer governo é o da Economia. O atual Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, passa a imagem de um menino de recado do Lula. A única coisa que o ministro faz é dizer “amém” à vontade do Presidente. As últimas pesquisas de opinião mostraram uma grande desaprovação da população ao atual governo federal. Ao invés de procurar as razões dessa desaprovação, Lula acaba de lançar uma nova edição do tal PAC com gastos superiores a 42 bilhões de reais. Enquanto isso, o consórcio da velha mídia que o “apoia” Lula lembra que existem mais de mil obras paralisadas das duas versões anteriores desse PAC. Ou seja, obras iniciadas e não concluídas nos governos da dupla Lula/Dilma Rousseff.
Na ânsia de dominar tudo, Lula encontrou resistência em apenas um órgão federal: o Banco Central do Brasil. Por isso, todas as semanas, o presidente Lula vem a público para criticar e dar “estocadas” no Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Este, além da reconhecida competência, teve a coragem de adotar medidas certas para segurar a inflação. O que é um tento considerável no atual quadro econômico. A nota preocupante é que o mandato de Roberto Campos termina em dezembro próximo. E, a partir de janeiro, teremos um presidente, nomeado por Lula, à frente do Banco Central. Sabe Deus o que nos espera.
Lula liberou bilhões em emendas partidárias para aprovar uma reforma tributária, visando aumentar ainda mais a carga dos tributos. Ao lado de tudo isso, outro agravante: ele ameaça tributar as grandes fortunas, desestimulando quem produz para dar dinheiro à malandragem. É assim que o socialismo se estabelece numa nação: acabando o direito da herança.
O presidente, um aculturado, só faz, como dizia um ditado do meu tempo de criança, “só faz o que dar nas venta”. Acabar com a fome é pura lorota. Nunca vão acabar. Enquanto isso, Lula usa e abusa da falácia de que acabou com a fome no Brasil durante os 16 anos dos governos petistas. Nos devaneios dele, no governo Bolsonaro a fome voltou. Mas promete (sempre promessas) que em 2026, a fome será, mais uma vez, será extinta. Pura lorota! Está provado que eles não vão acabar, porque a fome é a maior matéria-prima da esquerda.
Lição de vida – Luiz Gonzaga e Zé Dantas, há 70 anos, compuseram essa lição em “Vozes da Seca”: a esmola, ou engana, ou vicia o cidadão.
HUMBERTO MENDONÇA
EMPRESÁRIO
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