Nesta quinta-feira (30/11), a Apple apresentou o relatório financeiro do primeiro trimestre fiscal de 2025 (Q1 FY 2025), período que correspondeu ao quarto trimestre civil de 2024, abrangendo os meses de outubro a dezembro. Aparentemente os consumidores na China nem se importaram com o lançamento do iPhone 16.
Vamos aos números globais:
RELATÓRIO FINANCEIRO DA APPLE | |||
Período → | Q1 FY 2024 (outubro a dezembro) |
Q1 FY 2025 (outubro a dezembro) |
Diferença |
Receita | US$ 119,575 bilhões | US$ 124,3 bilhões | + 3,8% |
Lucro | US$ 33,916 bilhões | US$ 36,33 bilhões | + 6,64% |
Esse panorama geral acima que a Apple acabou de divulgar nesta quinta (30/01) foram os principais dados financeiros nos três meses terminados em 28 de dezembro de 2024. O tio Laguna se pergunta quando a contabilidade da empresa vai incluir o dia ausente para coincidir com o trimestre civil (eu sei).
De qualquer forma, vemos um pequena alta 3,8% na receita em relação a Q1 FY 2024 e um crescimento expressivo de 6,64% no lucro trimestral, que somou pouco mais de US$ 36 bilhões nos 91 dias do Q1 FY 2025. Isso dá um lucro de US$ 399,23 milhões por dia, vindo de uma arrecadação média global diária de pouco mais de 1 bilhão de dólares (US$ 1,365 bilhão por dia) nas 13 semanas que compõem o período divulgado!
Quais os responsáveis por essa bela alta percentual nos lucros do primeiro trimestre fiscal da Apple?
Para tentarmos entender a composição desse mais de bilhão diário arrecadado, vejamos quanto cada linha principal de produtos da Apple arrecadou:
SUMÁRIO DE RECEITAS DA APPLE | |||||
Período → | Receita Q1 FY 2024 |
Receita Q1 FY 2025 |
diferença em relação a Q1 FY 2024 |
||
iPhone | US$ 69,702 bilhões | US$ 69,138 bilhões | – 0,81% | ||
Mac | US$ 7,78 bilhões | US$ 8,987 bilhões | + 15,51% | ||
iPad | US$ 7,023 bilhões | US$ 8,088 bilhões | + 15,16% | ||
vestíveis e acessórios | US$ 11,953 bilhões | US$ 11,747 bilhões | – 1,72% | ||
assinaturas | US$ 23,117 bilhões | US$ 26,34 bilhões | + 13,94% | ||
Receita | US$ 119,575 bilhões | US$ 124,3 bilhões | + 3,8% |
O smartphone ainda é o principal astro da arrecadação da Apple: o segmento capitaneado pelo iPhone representou 55,62% da arrecadação da empresa no Q1 FY 2025. Sem os números específicos de vendas, só podemos especular que os iPhones 16 (e Plus / Pro / Max) não foram ainda melhor recebidos na civilização pois basicamente não apresentam maiores novidades que o iPhone 15 e que justifiquem um upgrade.
Embora não sejam os principal astros da arrecadação, os tablets, computadores e notebooks da empresa conseguiram um expressivo crescimento de mais de 15% na arrecadação dos respectivos segmentos graças ao lançamento dos MacBooks Pro com o processador Apple M4. Disponíveis no mercado civilizado desde o dia 08 de novembro, podemos dizer que os novos MacBooks foram bem mas não seguraram a queda na arrecadação no terceiro maior mercado global da Maçã de Cupertino, a China.
O desafio da Apple na China
RECEITAS DA APPLE NO MUNDO | |||||
Período → | Receita Q1 FY 2024 |
Receita Q1 FY 2025 |
diferença em relação a Q1 FY 2024 |
participação global (Q4 FY 2024) |
|
China continental | US$ 20,819 bilhões | US$ 18,513 bilhões | – 11,07% | 14,89% | |
Japão | US$ 7,767 bilhões | US$ 8,987 bilhões | + 15,7% | 7,23% | |
restante do continente | US$ 10,162 bilhões | US$ 10,291 bilhões | + 1,27% | 8,28% | |
Ásia (total): | US$ 38,748 bilhões | US$ 37,791 bilhões | – 2,47% | 30,4% | |
Europa | US$ 30,397 bilhões | US$ 33,861 bilhões | + 11,4% | 27,24% | |
Américas | US$ 50,43 bilhões | US$ 52,648 bilhões | + 4,4% | 42,36% | |
TOTAL: | US$ 119,575 bilhões | US$ 124,3 bilhões | + 3,8% | 100% |
A Apple sofreu uma queda de 11,1% na China, um tombo de US$ 2,3 bilhões ali que foram parcialmente compensados pelo US$ 1,2 bilhão japonês e pelos US$ 130 milhões arrecadados a mais no restante da Ásia.
O tio Laguna sempre fez questão de manter o foco dos textos sobre a Maçã de Cupertino no mercado asiático pois tal região sempre vem detalhada nos relatórios financeiros da Apple. Entretanto, mais uma vez a China continental teve forte queda. Aliás, o País do Meio vem apresentando queda na arrecadação pelo sexto trimestre consecutivo.
Na Europa, continente que basicamente impôs o USB-C nos novos iPhones, a Maçã de Cupertino arrecadou 11,4% a mais que no Q1 FY 2024, totalizando US$ 33,86 bilhões entre outubro e dezembro de 2024 (Q1 FY 2025). Isso representou alta absoluta de US$ 3,5 bilhões em relação à arrecadação europeia da Apple no quarto trimestre civil de 2023.
O maior mercado da Apple teve apenas pequena alta percentual: em comparação com o primeiro trimestre fiscal de 2024, vemos uma arrecadação maior em US$ 2,2 bilhões nas Américas. Isso correspondeu a um leve crescimento de 4,4%. Como o continente americano representou 42,36% da arrecadação global no quarto trimestre civil de 2024 (US$ 52,65 bilhões), podemos especular que as Américas ajudaram a Europa e Japão a salvar o lucro global da Apple nesse período.
Como a Maçã de US$ 3,57 trilhões não divulga mais dados de vendas unitárias de seus produtos, nem muito menos quanto eles estão vendendo em cada região do planeta, apenas podemos dizer que a Apple foi muito bem na Europa e no Japão graças a lançamentos como os novos iPhones 16 e MacBooks em meio às festas de fim de ano. E apenas deduzindo pelos números de arrecadação apresentados.
Fontes: 9 to 5 Mac, Bloomberg e CNBC.
“China tem sido um mercado desafiador para a Apple”