O dólar à vista fechou esta sexta-feira (31) em baixa de 0,28%, cotado a R$ 5,83, marcando o décimo dia de queda consecutivo. Em janeiro, a moeda americana caiu 5,56% frente ao real — maior recuo mensal desde junho de 2023, quando caiu 5,59%. Vale lembrar que, em 2024, o dólar acumulou uma alta de 27,34%.
A desvalorização do dólar ocorre apesar do aumento da aversão ao risco global, impulsionado pelo anúncio da Casa Branca de novas tarifas de importação sobre produtos do México, Canadá e China.
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No exterior, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,50%, acima dos 108,3 pontos.
Após um desempenho fraco no final de 2024, o real se fortaleceu em janeiro, registrando a segunda melhor valorização entre as principais moedas globais, ficando atrás apenas do rublo russo.
Operações de carry trade
Outro fator que ajudou a impulsionar o real foi a redução das apostas contra a moeda brasileira no mercado de derivativos. O diferencial de juros entre Brasil e outros mercados tem levado a um aumento da demanda por reais, impulsionando a valorização da moeda.
Em entrevista ao Estadão Broadcast, o sócio da Azimut Brasil Wealth Management, Leonardo Monoli, explica que o Banco Central tem reforçado sua estratégia de leilões de linha com recompra, tornando o real mais atrativo para operações de carry trade — estratégia em que investidores tomam empréstimos em países de juros baixos para aplicar em ativos de países com juros altos, como o Brasil.
Perspectivas para o dólar
O cenário de valorização do real pode se manter caso a atratividade do carry trade continue elevada. O Comitê de Política Monetária (Copom) reforçou a intenção de manter os juros elevados, com a Selic agora em 13,25% e a promessa de mais uma alta de 1 ponto percentual em março.
Já nos Estados Unidos, o Federal Reserve optou por manter os juros entre 4,25% e 4,50% e adotou uma postura cautelosa.
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