Em 2024, a Bolsa brasileira sofreu, despencando mais de 10%. Enquanto isso, os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), deslancharam, captando R$ 130 bilhões no ano.
Aliada ao péssimo desempenho da Bolsa, a falta de liquidez no mercado levou muitos investidores a retirarem seu dinheiro dos fundos de ações, fazendo-os registrar um saldo negativo de R$ 10 bilhões no ano e reduzindo o patrimônio total para R$ 584 bilhões.
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Neste meio tempo, FIDCs, que são fundos que compram dívidas de empresas e processos na Justiça, ganharam atenção e ultrapassaram os fundos de ações, com R$ 589 bilhões de patrimônio total.
No novo episódio do podcast Ligando os Pontos, Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado, explica como a alta taxa de juros e à crescente busca por alternativas de crédito potencializaram os FIDCs. Veja:
Tendência de crescimento
De acordo com Marcos, com a taxa básica de juros, a Selic, alta — chegou a 13,25% ao ano nesta “super quarta” (29) —, o crédito bancário ficou mais caro. E naturalmente, empresas que precisam de liquidez começaram a buscar alternativas de financiamento.
Do outro lado, os investidores direcionam recursos para ativos que possam oferecer retornos compatíveis com o risco envolvido. Dessa forma, houve o chamado “casamento perfeito”.
Como funcionam os FIDCs?
Os FIDCs são fundos que compram direitos creditórios, ou seja, títulos que representam valores a receber. Entre os ativos adquiridos estão:
- Recebíveis empresariais: valores que empresas têm a receber de vendas parceladas.
- Precatórios: dívidas do setor público reconhecidas judicialmente, mas com pagamento futuro.
- Direitos sobre processos judiciais: compra de créditos em litígio, como indenizações trabalhistas e honorários advocatícios.
Ao adquirir esses créditos, o investidor oferece liquidez para empresas e indivíduos que necessitam de capital imediato, ao mesmo tempo que busca gerar retorno no futuro.
Liquidez limitada e riscos
No entanto, o CEO do Monitor explica que, diferente dos fundos de ações, os FIDCs não são negociados na Bolsa de Valores, operando no chamado “mercado de balcão”. Isso significa que a venda antecipada de cotas pode ser mais difícil, reduzindo a liquidez do investimento.
Ou seja, é importantíssimo que os investidores interessados analisem fatores como a gestora do fundo, a qualidade dos créditos adquiridos e os riscos envolvidos na operação.
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