O presidente Lula (PT) afirmou, nessa quinta-feira (30), que considera cedo para a realização de pesquisas de intenção de voto a respeito da próxima corrida presidencial. A fala veio dez dias após ele ter declarado que “2026 já começou” e também no momento de queda na aprovação do governo.
Lula acrescentou que não se importa com o resultado das pesquisas e que também considera prematura a divulgação de pesquisas de avaliação, considerando que o mandato dele ainda está na metade. “Você tem primeiro ano de governo. Como ganhou eleição, o povo tem muita expectativa e está tranquilo. No segundo ano, seja com presidente, governador ou prefeito, começa o povo a ver se a expectativa que ele tinha está sendo cumprida”, disse.
“É preciso ter muita paciência. Primeiro, que não sou um cara que se preocupa com pesquisa. Não é feita para gostar ou não, é para analisar, verificar se tem fundo de verdade e começar a fazer correções necessárias. É muito cedo para fazer pesquisa sobre 2026, muito cedo para avaliar o governo com dois anos de governo”, acrescentou.
Em outro momento, o presidente também questionou os rumores sobre eventuais alianças no próximo ano. “Então, se o Republicanos vai me apoiar ou não em 2026, deixa chegar gente. Não vamos antecipar dois anos. O meu problema agora é fazer com que 2025 seja o ano da melhor colheita política desse país para o meu governo”, assegurou.
E, na mesma linha, também disse ter dado risada da fala do presidente do PSD, Gilberto Kassab, de que o PT seria derrotado se a eleição presidencial fosse hoje. “Quando eu vi a história do companheiro Kassab, eu comecei a rir. Eu olhei no calendário e vi que a eleição vai ser só daqui a dois anos. Eu fiquei muito despreocupado, porque hoje não tem eleição.”
O petista concedeu entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto, ontem. A conversa ocorreu em meio à mudança na Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, com a chegada do publicitário Sidônio Palmeira, que já alertou aliados que pretende dar mais visibilidade ao presidente.
Participam da entrevista os repórteres de veículos que fazem a cobertura diária do Planalto. Deles, dez foram sorteados para fazer perguntas. A fala sobre a corrida presidencial veio poucos dias após ter declarado, durante reunião ministerial na segunda-feira (20), que a disputa de 2026 já havia iniciado e que ele não queria entregar o país “de volta para o neonazismo”.
Lula disse que “2026 já começou. Se não por nós, porque temos que trabalhar, capinar, temos que tirar todos os carrapichos, mas pelos adversários, a eleição do ano que vem já começou. Só ver o que vocês assistem na internet para ver que já estão em campanha. A antecipação de campanha para nós é trabalhar, trabalhar, trabalhar e entregar o que o povo precisa”.
“Precisamos dizer em alto e bom som, queremos eleger governo para continuar processo democrático do país, não queremos entregar esse país de volta ao neofascismo, neonazismo, autoritarismo. Queremos entregar com muita educação”, afirmou ainda, sob aplausos dos presentes, no dia 20.
A fala dele se dá ainda em meio à queda na popularidade do governo. Levantamento da Quaest mostrou que, pela primeira vez no terceiro mandato, a avaliação negativa superou a positiva. A pesquisa mostrou que 37% avaliam negativamente, crescimento de seis pontos em relação à última sondagem, no intervalo de um mês e meio.
A gestão é considerada positiva por 31% dos entrevistados e avaliada como regular por 28%. Outros 4% não souberam ou não quiseram responder.
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